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Por que bancos de Wall Street apostam em recuperação do petróleo

O JPMorgan Chase prevê o petróleo tipo Brent em US$ 101 o barril nos três últimos meses de 2022, enquanto o Goldman Sachs projeta uma cotação de US$ 125

Petróleo: caiu mais de 20% no terceiro trimestre, impactado pela série de questões macroeconômicas (Colaborador/Bloomberg)

Petróleo: caiu mais de 20% no terceiro trimestre, impactado pela série de questões macroeconômicas (Colaborador/Bloomberg)

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Bloomberg

Publicado em 23 de setembro de 2022 às 11h24.

Os preços do petróleo devem se recuperar no quarto trimestre, de acordo com alguns dos principais bancos de Wall Street. Estoques baixos e demanda constante sustentariam uma retomada, apesar das crescentes preocupações com uma recessão global.

O JPMorgan Chase prevê o petróleo tipo Brent, negociado em Londres, em US$ 101 o barril nos três últimos meses de 2022, enquanto o Goldman Sachs projeta uma cotação de US$ 125. A meta do Morgan Stanley para o período é de US$ 95. O benchmark global do petróleo era negociado abaixo de US$ 90 na cotação mais recente.

Os mercados de petróleo enfrentam um ano turbulento, sacudido pela guerra na Ucrânia, uma série de sanções que redirecionam os fluxos de energia e, mais recentemente, o forte aperto monetário dos bancos centrais para frear a inflação. Os cenários para o resto do ano e 2023 estarão entre os principais tópicos da Conferência de Petróleo da Ásia-Pacífico, que acontece na próxima semana em Singapura, uma reunião de peso do setor que voltará a ser presencial pela primeira vez desde o início da pandemia.

O petróleo caiu mais de 20% no terceiro trimestre, impactado pela série de questões macroeconômicas e aumentos dos juros pelo Federal Reserve, o que impulsionou o dólar a um recorde e afetou as commodities. Os próximos três meses podem ser igualmente desafiadores, com o endurecimento das sanções da União Europeia contra os fluxos russos e os EUA na liderança de um plano ousado para limitar o preço do petróleo da Rússia. Ao mesmo tempo, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo sinalizou cortes da oferta.

“Tivemos um cenário muito apertado durante o verão, onde todos os indicadores sugeriam um mercado muito ‘bullish’”, disse em entrevista Martijn Rats, estrategista global de petróleo do Morgan Stanley. “Os preços subiram devido à retomada da demanda pós-Covid, e o lado da oferta não se recuperou rápido o suficiente em conjunto.”

“Déficit insustentável”

Com isso, os mercados de petróleo permanecem em um “déficit insustentável” aos preços atuais, disse Nikhil Bhandari, codiretor de recursos naturais da APAC e pesquisa de energia limpa do Goldman Sachs. O maior consumo viria do aumento do fluxo de viagens, bem como de uma maior troca de gás por petróleo, disse.

A APPEC, como o evento é conhecido, reúne uma série de traders, produtores, refinadores, analistas e corretoras de petróleo, tanto para discussões diurnas quanto, tradicionalmente, várias festas animadas noite afora nos principais restaurantes e bares de Singapura. Entre os palestrantes de destaque deste ano está Russell Hardy, CEO da Vitol, que trará sua recepção de volta ao icônico Raffles Hotel após um hiato.

Além das perspectivas imediatas para os preços, o evento também abordará a transição energética, a crescente crise de energia da Europa enquanto a Rússia corta os fluxos de gás e as consequências de longo prazo do subinvestimento em hidrocarbonetos.

Temos “anos de subinvestimento”, disse Parsley Ong, chefe de energia e produtos químicos asiáticos do JPMorgan. “Nos EUA, não vemos números altos o suficiente de plataformas para compensar as taxas de queda naturais – poços perfurados, mas não concluídos, estão no nível mais baixo desde 2014 –, enquanto a capacidade ociosa da Opep é muito pequena.”

Em meio às restrições de oferta, o mundo saiu da crise provocada pela pandemia com reservas reduzidas para alimentar o crescente apetite por petróleo. Desse modo, o mercado não tem um amortecedor para absorver um crescimento muito mais forte.

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