Pimco quer reduzir exposição à dívida de emergentes
A gestora do maior fundo de investimentos do mundo se prepara para reduzir sua exposição a dívidas corporativas de países emergentes no próximo ano, com receios
Da Redação
Publicado em 24 de outubro de 2012 às 11h21.
Rio de Janeiro - A Pacific Investment Management Co., gestora do maior fundo de investimentos do mundo, prepara-se para reduzir sua exposição a dívidas corporativas de países emergentes no próximo ano com o receio de que um excesso de novas emissões e a desaceleração na economia chinesa coloquem um ponto final na disparada desses papéis nos últimos 12 meses.
A queda no rendimento para a mínima histórica de 4,73 por cento vista desde que o Federal Reserve lançou em setembro a terceira rodada de compra de ativos, conhecida como “quantitative easing”, significa que alguns preços de títulos corporativos não refletem com precisão as possíveis deteriorações na economia, disse Brigitte Posch, que ajuda a administrar cerca de US$ 92 bilhões em dívida corporativa de mercados emergentes na Pimco.
“A disparada provavelmente vai continuar até o final do ano, mas o mercado está começando a enfraquecer”, disse Posch em entrevista no Rio de Janeiro em 22 de outubro. “No início do próximo ano, dependendo de onde os spreads estiverem, eu provavelmente vou ampliar meus underweights. Se tivermos mais dois meses desse rali, vou preferir ficar mais defensiva.”
A taxa média dos títulos corporativos de países emergentes teve queda de 155 pontos-base este ano, para atingir sua mínima em 19 de outubro, segundo o índice CEMBI, do JPMorgan Chase & Co. Já a taxa média para dívida dos EUA com classificação em grau de investimento caiu 96 pontos-base no mesmo período, para 2,73 por cento, de acordo com dados do Bank of America.
Empresas de nações em desenvolvimento venderam US$ 287,1 bilhões em títulos em dólar neste ano, um salto de 59 por cento em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com dados da Bloomberg.