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PIB maior pode evitar queda na nota de risco

O crescimento pode ajudar a desfazer o pessimismo que se formou em relação à economia brasileira e afastar o fantasma do rebaixamento

Dinheiro: o PIB aumentou 0,7% no último trimestre (Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 28 de fevereiro de 2014 às 07h37.

São Paulo - O crescimento do Produto Interno Bruto ( PIB ) melhor do que o esperado em 2013, com a atividade mais aquecida no fim do ano, pode ajudar a desfazer o pessimismo que se formou em relação à economia brasileira e afastar o fantasma do rebaixamento da nota de risco do Brasil pelas agências de classificação.

"Isso vai gerar um choque de realidade sobre a economia do País. O pessimismo não se traduz em recessão ou queda do PIB", destacou a professora da PUC-RJ e diretora da consultoria Galanto, Monica Baumgarten de Bolle.

Para ela, as avaliações de que o Brasil estava entrando num ciclo muito negativo de desaceleração foram "precipitadas", já que uma percepção desfavorável não significa interferência nos projetos de investimentos de longo prazo.

Após a divulgação dos dados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), alguns economistas revisaram suas projeções de crescimento para 2014.

Em levantamento realizado pelo AE Projeções, serviço da Agência Estado, logo após a divulgação do PIB de 2013, os analistas mostraram esperar avanço entre 1,25% e 2,5% para este ano, com mediana de 1,8%. O banco ABC Brasil, por exemplo, elevou a previsão de 1,6% para 2%.

Nas últimas três semanas, as projeções para o PIB de 2014 vinham sendo rebaixadas pelos analistas ouvidos no Relatório Focus, do Banco Central. No documento divulgado em 21 de fevereiro, a projeção média chegou a 1,67%.

"Os analistas estão revendo as suas projeções à luz do resultado do quarto trimestre", disse o ministro da Fazenda, Guido Mantega. "Certamente as projeções serão mais positivas em relação àquelas que estavam ocorrendo."


Rating

O crescimento maior do que o esperado em 2013 ainda deve diminuir as possibilidades de um rebaixamento na nota de classificação de risco do País, um grande temor em pleno ano eleitoral.

"Com uma expansão maior do nível de atividade neste ano, a ponto de um PIB avançando ao redor de 2%, e com o cumprimento da meta de 1,9% de superávit primário, o governo conseguirá evitar o downgrade do Brasil", afirmou o diretor de Pesquisas para a América Latina do Goldman Sachs, Alberto Ramos, que prevê expansão de 2,2% do PIB em 2014.

Para Monica de Bolle, a melhora de humor dos investidores dará espaço para que a segurança institucional do País ganhe peso e possa até atuar para impedir o rebaixamento.

"Essa avaliação diferenciada sobre o Brasil em relação a outros países emergentes vai ocorrer logo e abrirá os olhos dos investidores e agências internacionais de rating ", disse Monica.

Apesar das possibilidades maiores com que conta o governo para evitar a revisão na classificação de risco, outros fatores, como a meta de superávit e o tamanho da dívida bruta em relação ao PIB, devem pesar na avaliação das agências.

"A entrega da meta cheia de primário neste ano, num contexto de grandes dificuldades do governo para reduzir despesas, seria um fator positivo muito bem recebido pelos investidores", destacou o diretor de Pesquisas para a América Latina da Nomura Securities, Tony Volpon.

Já o diretor do banco Brasil Plural e ex-diretor do BC, Mario Mesquita, ponderou que um crescimento neste ano ao redor de 2% e o cumprimento da meta de superávit "diminuem as chances", mas não afastam de vez o risco de rebaixamento. Colaboraram Renata Veríssimo e Adriana Fernandes. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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São Paulo - O crescimento do Produto Interno Bruto ( PIB ) melhor do que o esperado em 2013, com a atividade mais aquecida no fim do ano, pode ajudar a desfazer o pessimismo que se formou em relação à economia brasileira e afastar o fantasma do rebaixamento da nota de risco do Brasil pelas agências de classificação.

"Isso vai gerar um choque de realidade sobre a economia do País. O pessimismo não se traduz em recessão ou queda do PIB", destacou a professora da PUC-RJ e diretora da consultoria Galanto, Monica Baumgarten de Bolle.

Para ela, as avaliações de que o Brasil estava entrando num ciclo muito negativo de desaceleração foram "precipitadas", já que uma percepção desfavorável não significa interferência nos projetos de investimentos de longo prazo.

Após a divulgação dos dados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), alguns economistas revisaram suas projeções de crescimento para 2014.

Em levantamento realizado pelo AE Projeções, serviço da Agência Estado, logo após a divulgação do PIB de 2013, os analistas mostraram esperar avanço entre 1,25% e 2,5% para este ano, com mediana de 1,8%. O banco ABC Brasil, por exemplo, elevou a previsão de 1,6% para 2%.

Nas últimas três semanas, as projeções para o PIB de 2014 vinham sendo rebaixadas pelos analistas ouvidos no Relatório Focus, do Banco Central. No documento divulgado em 21 de fevereiro, a projeção média chegou a 1,67%.

"Os analistas estão revendo as suas projeções à luz do resultado do quarto trimestre", disse o ministro da Fazenda, Guido Mantega. "Certamente as projeções serão mais positivas em relação àquelas que estavam ocorrendo."


Rating

O crescimento maior do que o esperado em 2013 ainda deve diminuir as possibilidades de um rebaixamento na nota de classificação de risco do País, um grande temor em pleno ano eleitoral.

"Com uma expansão maior do nível de atividade neste ano, a ponto de um PIB avançando ao redor de 2%, e com o cumprimento da meta de 1,9% de superávit primário, o governo conseguirá evitar o downgrade do Brasil", afirmou o diretor de Pesquisas para a América Latina do Goldman Sachs, Alberto Ramos, que prevê expansão de 2,2% do PIB em 2014.

Para Monica de Bolle, a melhora de humor dos investidores dará espaço para que a segurança institucional do País ganhe peso e possa até atuar para impedir o rebaixamento.

"Essa avaliação diferenciada sobre o Brasil em relação a outros países emergentes vai ocorrer logo e abrirá os olhos dos investidores e agências internacionais de rating ", disse Monica.

Apesar das possibilidades maiores com que conta o governo para evitar a revisão na classificação de risco, outros fatores, como a meta de superávit e o tamanho da dívida bruta em relação ao PIB, devem pesar na avaliação das agências.

"A entrega da meta cheia de primário neste ano, num contexto de grandes dificuldades do governo para reduzir despesas, seria um fator positivo muito bem recebido pelos investidores", destacou o diretor de Pesquisas para a América Latina da Nomura Securities, Tony Volpon.

Já o diretor do banco Brasil Plural e ex-diretor do BC, Mario Mesquita, ponderou que um crescimento neste ano ao redor de 2% e o cumprimento da meta de superávit "diminuem as chances", mas não afastam de vez o risco de rebaixamento. Colaboraram Renata Veríssimo e Adriana Fernandes. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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