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Petróleo tem perdas após dados de China e Europa

O brent, no entanto, dá sinais de recuperação e opera agora em terreno positivo, em uma sessão volátil


	Plataforma de petróleo
 (Alfredo Estrella/AFP)

Plataforma de petróleo (Alfredo Estrella/AFP)

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Da Redação

Publicado em 20 de setembro de 2012 às 11h32.

Londres - Os contratos futuros de petróleo começaram a quinta-feira ampliando as perdas, após caírem nesta quarta-feira (19) pelo terceiro dia consecutivo, pressionados pela divulgação de dados fracos da atividade manufatureira na China e zona do euro. O brent, no entanto, dá sinais de recuperação e opera agora em terreno positivo, em uma sessão volátil.

Às 10h36 (de Brasília), o petróleo para outubro negociado na Nymex, que vence nesta quinta-feira, caía 0,34%, para US$ 91,67 por barril, enquanto o brent para novembro avançava 0,6% na ICE, para US$ 108,84 por barril.

Para Oliver Jakok, diretor-gerente da consultoria suíça Petromatrix, o petróleo, "tecnicamente, tornou-se uma estratégia de investimento arriscada". Já Ole Hansen, chefe de estratégias para commodities do Saxo Bank, acredita que os contratos estão passando "por uma correção saudável". "O mercado de petróleo voltou à realidade e esta realidade é que o mercado está fundamentalmente bem abastecido", disse.

Nesta quarta-feira (19), os contratos reagiram em forte baixa aos últimos dados sobre os estoques comerciais dos EUA, que vieram muito acima do esperado. Segundo o Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês) norte-americano, os estoques de petróleo do país tiveram uma alta de 8,534 milhões de barris na semana passada, para 367,626 milhões de barris. Os analistas previam um acréscimo significativamente menor, de 500 mil barris.

Outro fator que pressiona os preços para baixo, segundo Hansen, é a visão reiterada pela Arábia Saudita de que o brent em torno de US$ 100,00 o barril seria um nível "justo". Os sauditas são os maiores exportadores de petróleo do mundo.

Pelo lado da demanda, a perspectiva também não é favorável ao petróleo. A China, segundo maior mercado consumidor da commodity, e a zona do euro continuam a registrar enfraquecimento no setor manufatureiro, segundo indicadores divulgados mais cedo. O índice dos gerentes de compra (PMI, na sigla em inglês) HSBC do setor de manufatura da China preliminar de setembro subiu para 47,8, mas apontou contração pelo 11º mês consecutivo, enquanto o PMI composto da zona do euro caiu para 45,9 em setembro, o menor nível desde junho de 2009.


Hansen, do Saxo Bank, prevê que o brent vai recuar para US$ 105,00 o barril nos próximos dias e, quando atingir este nível, encontrar um sólido suporte.

Analistas do Commerzbank, por outro lado, esperam ver um movimento contrário no curto prazo.

"Consideramos excessiva a escala e, sobretudo, a velocidade na queda dos preços", disseram eles em comunicado. As informações são da Dow Jones.

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