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Petróleo sobe com queda do dólar e ganhos das bolsas

Por Álvaro Campos New York - Os contratos futuros de petróleo fecharam em alta, acompanhando o rali nos mercados de ações e impulsionados pela queda do dólar. Na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex, na sigla em inglês), os contratos de petróleo com entrega para novembro fecharam em alta de US$ 1,31 (1,74%), a US$ […]

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Da Redação

Publicado em 24 de setembro de 2010 às 14h43.

Por Álvaro Campos

New York - Os contratos futuros de petróleo fecharam em alta, acompanhando o rali nos mercados de ações e impulsionados pela queda do dólar.

Na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex, na sigla em inglês), os contratos de petróleo com entrega para novembro fecharam em alta de US$ 1,31 (1,74%), a US$ 76,49 o barril, o maior nível desde o dia 14 deste mês. Na plataforma ICE, o petróleo do tipo Brent com entrega para novembro fechou em alta de US$ 0,76 (0,98%), a US$ 78,87 o barril.

Segundo os operadores, a alta de hoje foi marcada por um desempenho melhor do que o esperado do índice de sentimento do empresariado alemão em relação à economia do país, medido pelo Instituto Ifo, que subiu para 106,8 em setembro, de 106,7 em agosto. Isso fez com que o euro subisse para o maior nível em relação ao dólar desde abril. Um dólar fraco geralmente desencadeia uma alta do petróleo, que é denominado na moeda norte-americana e assim fica mais barato para compradores que usam outras moedas.

Hoje, o Departamento de Comércio dos EUA divulgou que a venda de imóveis residenciais novos em agosto ficou estável ante julho. Para alguns operadores, isso sugere que a economia do país está se estabilizando. O departamento também divulgou que as encomendas de bens duráveis caíram 1,3% em agosto. Mas o mercado foi encorajado pelo fato de que as encomendas para bens de capital não ligados à defesa, excluindo aeronaves, subiram 4,1%.

O rali do petróleo também ganhou força com notícias de que diversas refinarias, como era esperado, começaram a reduzir suas operações para manutenções antes do inverno (no Hemisfério Norte). Mas segundo analistas, essas medidas não devem ter um impacto significante nos altos estoques de petróleo e derivados nos EUA, que estão no maior nível em 27 anos.

"Todo mundo sabe que nós estamos em um ambiente com excesso de oferta", disse Tom Bentz, corretor e analista do BNP Paribas. Segundo ele, parte da força do mercado hoje se deu pelo fato dos investidores estarem comprando petróleo para se protegerem da desvalorização do dólar.

A Exxon Mobil afirmou hoje que está fechando várias unidades de processamento em sua refinaria em Beaumont (Texas), que tem capacidade de processar 344,5 mil barris por dia. Ontem, a ConocoPhillips afirmou que interrompeu o processamento de petróleo bruto em sua refinaria em Linden (Nova Jersey), com capacidade de 238 mil barris por dia, para instalar novos equipamentos.

Os estoques de diesel combustível e óleo para aquecimento subiram este mês para o maior nível desde 1981, em parte porque as refinarias norte-americanas mantiveram uma alta produção, porque as margens de lucros estão no maior nível desde fevereiro de 2009. Com base nos preços dos futuros negociados na Nymex, as refinarias estão registrando um lucro de US$ 13 por barril ao transformar petróleo bruto em óleo para aquecimento. Isso é três vezes a margem de lucro registrada em setembro do ano passado.

Para Bentz, os investidores que apostam na alta do mercado estão esperando que a maior demanda por exportações para a América do Sul, Europa e outras regiões vai dar suporte ao óleo para aquecimento e ao mercado de petróleo em geral. Hoje, os contratos de óleo para aquecimento com vencimento em outubro ganharam US$ 0,0161 (0,76%) e fecharam a US$ 2,1306 por galão.

Ainda assim, operadores afirmam que os preços do petróleo continuam presos na estreita faixa entre US$ 70 e US$ 80 o barril. "Eu não vejo nenhum sinal de que o petróleo vai sair dessa faixa. Os futuros devem ficar oscilando em torno da marca de US$ 75 o barril", comentou Gene McGillian, analista da Tradition Energy. As informações são da Dow Jones.

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