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Petróleo despenca com adiamento de aumento de produção pela OPEP+

Adaptação do grupo ocorre em meio a preocupações com demanda fraca e abundância de oferta

Fernando Olivieri
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 6 de setembro de 2024 às 06h23.

Os preços do petróleo estão prestes a registrar uma queda acentuada nesta semana, pressionados por preocupações crescentes em relação à demanda global e pela oferta abundante de óleo no mercado internacional. A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP+), em resposta a esse cenário desafiador, adiou o aumento planejado na produção, que estava previsto para outubro e novembro, na tentativa de equilibrar o mercado. As informações são da Bloomberg.

O barril de West Texas Intermediate (WTI), principal referência para o mercado norte-americano, foi negociado próximo de US$ 69 (aproximadamente R$ 384) nesta sexta-feira, 6, acumulando uma queda de quase 6% ao longo da semana. O Brent, referência internacional, caiu para abaixo de US$ 73 (cerca de R$ 407). A OPEP+, formada por grandes produtores como Arábia Saudita e Rússia, anunciou que não aumentará a produção de petróleo em 180 mil barris por dia nos próximos dois meses, conforme planejado anteriormente.

A tendência de queda dos preços, que começou no início de julho, reflete principalmente as preocupações com a demanda, particularmente da China, maior importadora mundial de petróleo. A desaceleração da economia chinesa, somada a sinais de aumento da produção de países fora da OPEP, como os Estados Unidos, tem pressionado os preços. O crescimento da produção de óleo de xisto nos EUA também contribuiu para um aumento na oferta global, ampliando a competição no mercado.

Queda na demanda

Além disso, os mercados futuros de petróleo indicam uma fraqueza persistente. A estrutura de backwardation — quando os preços à vista são mais altos do que os preços futuros — tem se estreitado, sinalizando uma perda de força na demanda de curto prazo. Esse movimento pode sugerir que os compradores estão menos dispostos a pagar prêmios para entrega imediata, o que impacta negativamente os preços no mercado à vista.

Nos Estados Unidos, os estoques comerciais de petróleo bruto caíram em quase 7 milhões de barris na semana passada, atingindo o menor nível em aproximadamente um ano. Embora essa redução nos estoques tenha um impacto positivo temporário nos preços, a expectativa de uma recuperação mais lenta da demanda global, devido a fatores como a inflação alta e o aumento dos juros em diversas economias, continua a alimentar incertezas sobre o mercado.

Para os próximos meses, os analistas preveem que o mercado de petróleo continuará volátil. A OPEP+ sinalizou que acompanhará de perto as dinâmicas de oferta e demanda, ajustando sua política de produção conforme necessário. O grande desafio para o grupo será encontrar um equilíbrio que permita manter os preços competitivos sem desestabilizar o mercado global, em um cenário onde as tensões geopolíticas, especialmente na Rússia e no Oriente Médio, continuam a influenciar os preços do petróleo.

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