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Pesquisa eleitoral e Fed derrubam dólar a R$ 4,0262

A moeda ficou no menor nível das últimas cinco semanas

Dólar: na mínima, a moeda foi a R$ 4,00 (Gary Cameron/Reuters)

Dólar: na mínima, a moeda foi a R$ 4,00 (Gary Cameron/Reuters)

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Reuters

Publicado em 26 de setembro de 2018 às 17h13.

Última atualização em 26 de setembro de 2018 às 17h50.

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar terminou a sessão com queda superior a 1 por cento e no menor nível em mais de um mês, próximo dos 4 reais, influenciado pelo melhor desempenho de Jair Bolsonaro (PSL) em pesquisa eleitoral e após o Federal Reserve manter sua previsão sobre a trajetória gradual de aumento dos juros nos Estados Unidos.

O dólar recuou 1,39 por cento, a 4,0262 reais na venda, menor valor desde os 3,9517 reais de 20 de agosto. Na mínima, a moeda foi a 4,0096 reais e, na máxima, 4,0949 reais. O dólar futuro tinha baixa de 1,3 por cento.

"O mercado gostou da pesquisa porque mostrou Bolsonaro crescendo, não consolidando sua estagnação, e ainda acima de 30 por cento", explicou o operador da corretora Spinelli, José Carlos Amado, ao citar a pesquisa do instituto Paraná, responsável por firmar a trajetória de baixa do dólar.

Segundo a pesquisa do Instituto Paraná, Bolsonaro segue na liderança com 31,2 por cento das intenções de votos, ante 20,2 por cento de Haddad e 10,1 por cento de Ciro Gomes (PDT). No levantamento anterior, os percentuais eram de, respectivamente, 26,6 por cento, 8,3 por cento e 11,9 por cento.

Em uma simulação de segundo turno contra o petista, Bolsonaro venceria com 44,3 por cento dos votos contra 39,4 por cento de Haddad.

À tarde, o levantamento CNI/Ibope sobre a corrida eleitoral não influenciou os negócios. A pesquisa mostrou Bolsonaro com 27 por cento das intenções de voto e Haddad com 21 por cento, uma diferença de seis pontos percentuais, a mesma vista na pesquisa divulgada pelo instituto na segunda-feira, embora, naquela ocasião, Bolsonaro tivesse 28 por cento e Haddad, 22 por cento.

"O levantamento CNI/Ibope mostrou uma distância constante entre Bolsonaro e Haddad... mercado então continuou repercutindo a pesquisa de mais cedo", comentou o economista-chefe da corretora Guide, Victor Candido.

Mais cedo nesta semana, os mercados haviam mostrado preocupação com um cenário de maior dificuldade para Bolsonaro, trazido justamente por pesquisa Ibope.

O mercado prefere alguém mais comprometido com o ajuste das contas públicas e tem jogado suas fichas recentemente em Bolsonaro, já que o preferido Geraldo Alckmin (PSDB) segue sem tração nas pesquisas.

À tarde, o desfecho da decisão de política monetária do Federal Reserve ajudou a derrubar um pouco mais o preço do dólar ante o real.

"Havia algum temor de que o Fed poderia indicar mais aumentos dos juros no próximo ano, mas ele manteve a previsão de que devem ocorrer mais três novas altas em 2019", explicou o economista-chefe Candido, da Guide.

Ao elevar a taxa de juros para o intervalo de 2,00 a 2,25 por cento nesta tarde, o terceiro aumento em 2018, o Fed deixou sua perspectiva de política monetária para os próximos anos praticamente inalterada em meio ao crescimento econômico estável e a um mercado de trabalho forte no país.

A autoridade monetária previu mais um aumento em dezembro, mais três no ano que vem e um derradeiro em 2020.

Após o Fed, o dólar tinha leve alta ante a cesta de moedas e caía ante as divisas de países emergentes, como os pesos chileno e mexicano.

Os operadores também citaram fluxo como justificativa para o recuo do dólar ante o real, além de um movimento de zeragem de posições compradas.

O Banco Central ofertou e vendeu integralmente nesta sessão 10,9 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares. O BC já rolou até esta sexta-feira 9,265 bilhões de dólares em swaps cambiais do total de 9,801 bilhões de dólares que vencem em outubro.

Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.

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