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Participação de estrangeiros na bolsa é a segunda maior em cinco anos

Entrada de capital externo no mercado brasileiro de ações ficou em R$ 23 bilhões no primeiro semestre

Painel da bolsa de valores B3 (Germano Lüders/Exame)

Painel da bolsa de valores B3 (Germano Lüders/Exame)

Publicado em 8 de julho de 2023 às 07h00.

A bolsa brasileira chega ao segundo semestre do ano com investidores estrangeiros representando 54,3% da participação total nos negócios. A fatia é a segunda maior desde 2019, ficando atrás somente da de 2022, quando a movimentação de investidores internacionais ficou em 54,9%. É o terceiro ano seguido que a proporção de estrangeiros na bolsa supera 50%.

A menor presença de pessoas físicas na bolsa é um dos fatores que explicam a presença majoritária de estrangeiros na bolsa. Tal participação, no acumulado do ano, é de 14,30% -- a menor desde, pelo menos, 2019. Em 2022, as pessoas físicas representaram 14,9% das movimentações da bolsa e, em 2020, 21,4%.

A alta de juros, que levou à migração de investidores para a renda fixa, é um dos pontos que explicam a menor participação do investidor brasileiro. Do lado do estrangeiro, dados mais fortes da economia brasileira e expectativa de que o Brasil comece a cortar a taxa de juros neste semestre têm aumentado o interesse em investir no país.

Follow-on

A entrada líquida de capital externo na B3 encerrou o primeiro semestre em R$ 23,06 bilhões. Desse total, R$ 6,8 bilhões entrou por meio de ofertas subsequente de ações (follow-on).  saldo montante é maior do que toda a entrada de capital líquida de 2019, quando o Ibovespa teve sua melhor performance desde 2016. Naquele ano, o principal índice da bolsa brasileira subiu 27%. Neste ano, a alta acumulada do Ibovespa está próxima de 9%.

Os fundos brasileiros também já dão sinais de maior apetite ao mercado de ações. Sua participação acumulada no ano está em 27%, próximo à fatia de 27,2% e acima da de 2022, quando encerraram o ano com 25,7% dos negócios.

Parte dessa maior participação de fundos locais é explicada pelo maior posicionamento dos multimercados, que voltaram a montar posição em bolsa. Segundo levantamento feito pela Economatica a pedido da EXAME Invest, os fundos multimercados brasileiros passaram a aumentar suas posições líquidas em bolsa a partir de abril, após terem atingido o vale em março. Em dois meses, o crescimento foi de 6%.

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