SÃO PAULO, 15 de dezembro (Reuters) - O vigor do dólar
enfraquecia as principais bolsas de valores nesta quarta-feira,
em mais um dia volátil por conta de ameaças de corte do rating
espanhol.

No Brasil, investidores monitoraram no final do dia o
anúncio pelo governo da desoneração de debêntures como parte de
um esforço de criar fontes de financiamento de longo prazo
alternativas ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social (BNDES). [ID:nN15164986]

No exterior, a moeda norte-americana acelerava no final da
tarde os ganhos ante uma cesta de divisas , com o euro
recuando mais de 1 por cento após a Moody's ameaçar rebaixar a
nota de crédito soberano da Espanha, citando temores com a
necessidade de financiamento do país e com o elevado nível de
endividamento dos bancos espanhois.

O alerta da agência de classificação de risco repercutiu
entre investidores do mercado de ações europeu, com o principal
índice do continente quebrando a maior série positiva
em seis meses.

Nem mesmo a aprovação por parte do governo português de uma
série de medidas para flexibilizar a economia e estimular o
crescimento aliviaram as tensões. As medidas visam mostrar ao
mercado que Portugal não precisa de um pacote de resgate nos
moldes do aceito por Atenas e Dublin.

A valorização do dólar também pressionava as bolsas de
valores em Nova York, que registraram leves quedas. A Bovespa
mais uma vez captou a cautela externa com mais intensidade,
cedendo mais de 1 por cento.

No mercado de câmbio, contudo, ingressos pontuais
permitiram que o dólar subisse menos contra o real, travado na
faixa em torno de 1,70 real. As projeções de juros também
avançaram, na expectativa pela divulgação da ata da última
reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) neste ano.

A agenda local foi fraca nesta sessão. O único destaque
ficou por conta do Índice de Atividade Econômica do Banco
Central (IBC-Br), que aumentou 0,51 por cento em outubro sobre
o mês anterior, de acordo com o Banco Central.

O BC informou ainda que o fluxo cambial está negativo em 32
milhões de dólares em dezembro até o dia 10 [ID:nN15133839].

Veja a variação dos principais mercados nesta
quarta-feira:

CÂMBIO

O dólar terminou a 1,701 real, em alta de 0,35 por cento
frente ao fechamento anterior.

BOVESPA

O Ibovespa caiu 1,27 por cento, para 67.870 pontos. O
volume financeiro na bolsa foi de 13,11 bilhões de reais.

ADRs BRASILEIROS

O índice dos principais ADRs brasileiros cedia 1,6 por
cento, a 34.869 pontos.

JUROS

O DI janeiro de 2012 apontava 11,87 por cento ao ano, ante
11,83 por cento no ajuste anterior.

EURO

A moeda comum europeia era cotada a 1,3223 dólar, ante
1,3384 dólar no fechamento anterior.

GLOBAL 40

O título de referência dos mercados emergentes, o Global
40, recuava a 134,625 por cento do valor de face, oferecendo
rendimento de 2,982 por cento ao ano.

RISCO-PAÍS

O risco Brasil subia 4 pontos, para 170 pontos-básicos. O
EMBI+ avançava 6 pontos, a 230 pontos-básicos.

BOLSAS DOS EUA

A alguns minutos do fechamento, o índice Dow Jones
registrou leve queda de 0,17 por cento, a 11.457 pontos; o S&P
500 caiu 0,50 por cento, a 1.235 pontos, e o Nasdaq
recuou 0,40 por cento, a 2.617 pontos.

PETRÓLEO

Na Nymex, o contrato de petróleo de vencimento mais próximo
subiu 0,34 dólar, ou 0,39 por cento, a 88,62 dólares por
barril.

TREASURIES DE 10 ANOS

O preço dos títulos do Tesouro norte-americano de 10 anos,
referência do mercado, caía, oferecendo rendimento de 3,5141
por cento ante 3,473 por cento no fechamento anterior.

(PANORAMA1, PANORAMA2 e PANORAMA3 são localizados no
terminal de notícias da Reuters pelo código )

(Por José de Castro; Edição de Alexandre Caverni)