Petróleo sobe e ajuda Bovespa; Líbia segue no radar
Temores relacionados à onda de violência e protestos no país africano, terceiro maior produtor de petróleo do continente, seguiam valorizando os preços da commodity
Da Redação
Publicado em 23 de fevereiro de 2011 às 14h44.
São Paulo - Apesar de menos intenso, o quadro de aversão a risco se mantinha nas bolsas de valores internacionais nesta quarta-feira, ainda motivado por tensões políticas na Líbia. A Bovespa, por outro lado, beneficiava-se dos ganhos do petróleo e subia mais de 1 por cento.
Temores relacionados à onda de violência e protestos no país africano --terceiro maior produtor de petróleo do continente-- seguiam valorizando os preços da commodity, o que alimentava preocupações com inflação e solidez da retomada econômica global.
A repressão a manifestantes contrários ao regime de Muammar Gaddafi provavelmente já matou mil pessoas, de acordo com o chanceler italiano, Franco Frattini. Nesta quarta-feira, um caça da Força Aérea da Líbia sofreu um acidente perto de Benghazi, após a tripulação saltar de paraquedas por recusar-se a bombardear a cidade, informou o jornal líbio Quryna.
As bolsas de valores norte-americanas e europeias <.FTEU3> captavam o ambiente arisco e oscilavam no vermelho.
No mercado global de câmbio, a busca por segurança privilegiava o franco suíço , que atingia a máxima do ano frente ao dólar. A divisa dos EUA cedia ante uma cesta de moedas <.DXY>, sob o peso ainda dos ganhos do euro e da libra esterlina , em meio a perspectivas de aumento de juro na Europa.
As intervenções do Banco Central nas operações cambiais domésticas levavam o dólar a anular a queda contra o real, predominante ao longo da manhã.
A autoridade monetária divulgou mais cedo que incorporou às reservas 6,583 bilhões de dólares por meio de leilões de compra de dólares no mercado à vista neste mês com liquidação até dia 21, ao passo que adquiriu 362 milhões de dólares nas operações a termo até 18.
Na mesma ocasião, o BC reportou um déficit em transações correntes de 5,409 bilhões de dólares no mês passado, o maior desde dezembro de 2009, refletindo a demanda doméstica crescente por bens e serviços importados [ID:nN23299686].
Os juros futuros subiam, com o mercado digerindo mais dados de inflação e a alta nos preços do petróleo. O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) avançou 0,61 por cento na terceira prévia de fevereiro, enquanto o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) de São Paulo teve acréscimo de 0,70 por cento na terceira quadrissemana deste mês.
Investidores também observavam a sabatina no Senado de Altamir Lopes e Sidnei Marques, indicados pelo presidente do BC a novas diretorias no banco. Marques afirmou que a inflação requer "constante atenção", ao passo que Lopes disse que o descompasso entre oferta e demanda justifica a elevação da Selic.
Veja a variação dos principais mercados nesta quarta-feira:
CÂMBIO
O dólar se mantinha estável, a 1,673 real.
BOVESPA <.BVSP>
O Ibovespa subia 0,92 por cento, para 67.047 pontos. O volume financeiro na bolsa era de 3,8 bilhões de reais.
ADRs BRASILEIROS <.BR20>
O índice dos principais ADRs brasileiros avançava 0,82 por cento, a 35.968 pontos.
JUROS <0#2DIJ:>
O DI janeiro de 2012 apontava 12,47 por cento ao ano, ante 12,42 por cento no ajuste anterior.
EURO
A moeda comum europeia era cotada a 1,3775 dólar, ante 1,3653 dólar no fechamento anterior nas operações norte-americanas.
GLOBAL 40
O título de referência dos mercados emergentes, o Global 40, caía a 134,063 por cento do valor de face, oferecendo rendimento de 2,836 por cento ao ano.
RISCO-PAÍS <11EMJ>
O risco Brasil subia 2 pontos, para 185 pontos-básicos. O EMBI+ avançava 1 ponto, a 276 pontos-básicos.
BOLSAS DOS EUA
O índice Dow Jones <.DJI> recuava 0,51 por cento, a 12.150 pontos; o S&P 500 <.SPX> cedia 0,46 por cento, a 1.306 pontos, e o Nasdaq <.IXIC> perdia 0,96 por cento, a 2.730 pontos.
PETRÓLEO
Na Nymex, o contrato de petróleo de vencimento mais próximo tinha alta de 3 dólares, ou 3,14 por cento, a 98,42 dólares por barril.
TREASURIES DE 10 ANOS
O preço dos títulos do Tesouro norte-americano de 10 anos, referência do mercado, registrava variação positiva, oferecendo rendimento de 3,448 por cento ante 3,459 por cento no fechamento anterior.