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Da Redação
Publicado em 29 de novembro de 2010 às 12h40.
SÃO PAULO, 29 de novembro (Reuters) - O aguardado pacote de
ajuda para a Irlanda não foi suficiente para acalmar as
preocupações dos investidores, que ainda temem que a crise de
dívida possa se espalhar para outros países da zona do euro. De
fato, a Irlanda já é o segundo país a ser resgatado, e agora
teme-se que Portugal esteja em situação crítica.
A União Europeia aprovou no domingo um pacote de 85 bilhões
de euros (115 bilhões de dólares) para a Irlanda. Nesta
segunda-feira, o economista norte-americano Nouriel Roubini,
que ficou famoso por antecipar a crise mundial de 2007, disse
ser cada vez mais provável que Portugal tenha o mesmo fim
[ID:nN29190340].
A Comissão Europeia previu nesta segunda-feira que o
déficit orçamentário da zona do euro deve passar de 6,3 por
cento neste ano para 4,6 por cento no próximo e 3,9 por cento
em 2012. Já a dívida passará de 84,1 por cento em 2010 para
86,5 por cento em 2011 e 87,8 por cento em 2012.
Portugal reduzirá o déficit fiscal de 7,3 por cento neste
ano para 4,9 por cento em 2011, enquanto a Espanha, outro país
sob os holofotes do mercado, deve ver seu déficit caindo de 9,3
por cento neste ano para 6,4 por cento do Produto Interno Bruto
(PIB) em 2011 e 5,5 por cento em 2012, acrescentou a Comissão
[ID:nN29186333].
O índice de bolsas globais perdia 0,93 por
cento. Em Wall Street, a queda era de mais de 1 por cento,
assim como na Bovespa.
O dólar operava com leve alta alta ante o real,
acompanhando a cautela no mercado internacional após o anúncio
do pacote de ajuda à Irlanda [ID:nN29148921].
As projeções de juros oscilavam sem tendência comum, após a
divulgação de mais dados e projeções de inflação em alta e
acompanhando a aversão a risco global [ID:nN29147531].
Na agenda interna, o mercado elevou a estimativa de
inflação pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo
(IPCA) de 2011 para 5,20 por cento, contra 5,15 por cento na
semana passada, e revisou para cima o prognóstico para a Selic
no fim de 2011 de 12 para 12,25 por cento [ID:nN29190141].
O Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) subiu 1,45 por
cento em novembro, após alta de 1,01 por cento em outubro.
Analistas consultados pela Reuters esperavam avanço de 1,35 por
cento, segundo a mediana de projeções que oscilaram de 1,23 por
cento a 1,36 por cento [ID:nN29187324].
Também foi divulgada a nota de crédito, mostrando que o
crédito total disponibilizado pelo sistema financeiro no
Brasil, incluindo recursos livres e direcionados, cresceu 1,9
por cento em outubro, chegando a 47,2 por cento do PIB
[ID:nN29194565].
Veja como estavam os principais mercados às 13h20 desta
segunda-feira:
CÂMBIO
O dólar era cotado a 1,733 real, em alta de 0,29 por cento
frente ao fechamento anterior.
BOVESPA
O Ibovespa caía 1,28 por cento, para 67.351 pontos.
ADRs BRASILEIROS
O índice dos principais ADRs brasileiros perdia 1,95 por
cento, a 33.717 pontos.
JUROS
O DI janeiro de 2012 em 11,97 por cento ao ano ante 12,02
por cento no ajuste anterior.
EURO
A moeda comum europeia era cotada a 1,3085 dólar,
ante 1,3285 dólar no fechamento anterior.
GLOBAL 40
O título de referência dos mercados emergentes, o Global
40, caía para 137,563 por cento do valor de face, oferecendo
rendimento de 2,493 por cento ao ano.
RISCO-PAÍS
O risco Brasil subia 10 pontos, para 187 pontos-básicos. O
EMBI+ avançava 14 pontos, a 262 pontos-básicos.
BOLSAS DOS EUA
O índice Dow Jones caía 1,09 por cento, a 10.971
pontos, o S&P 500 cedia 0,86 por cento, a 1.179 pontos,
e o Nasdaq tinha queda de 1,03 por cento, aos 2.508
pontos.
PETRÓLEO
Na Nymex, o contrato de petróleo mais próximo tinha alta de
0,60 dólar, para 84,37 dólares.
TREASURIES DE 10 ANOS
O preço dos títulos do Tesouro norte-americano de 10 anos,
referência do mercado, subia, oferecendo rendimento de 2,83333
por cento ante 2,87 por cento no fechamento anterior.
(PANORAMA1, PANORAMA2 e PANORAMA3 são localizados no
terminal de notícias da Reuters pelo código )
(Reportagem de Vanessa Stelzer; Edição de Vivian Pereira)