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Os juros no imprevisível Brasil

Nesta sexta-feira um dado a ser divulgado pelos Estados Unidos pode trazer a resposta para a pergunta que investidores do mundo todo repetem mês após mês: quando o país vai subir seus juros? O departamento de trabalho americano divulgará a taxa de desemprego do país em agosto. A expectativa é de que a taxa caia […]

BOLSA DE NOVA YORK: investidores aguardam a taxa de desemprego para entender quando os juros devem subir no país / (Spencer Platt/Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 1 de setembro de 2016 às 20h12.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 18h48.

Nesta sexta-feira um dado a ser divulgado pelos Estados Unidos pode trazer a resposta para a pergunta que investidores do mundo todo repetem mês após mês: quando o país vai subir seus juros? O departamento de trabalho americano divulgará a taxa de desemprego do país em agosto. A expectativa é de que a taxa caia dos 4,9% para 4,8% e que 180.000 novos postos de trabalho tenham sido criados no período. Se for confirmado, será mais um sinal do bom momento da economia, e mais um reforço na expectativa de uma, ou até duas, altas de juros do país ainda este ano.

Por aqui, uma alta nos juros americanos pode tirar parte do atrativo da bolsa brasileira, que até o dia 30 de agosto acumulava uma entrada de 15,5 bilhões de dólares de estrangeiros em ações este ano. Já na renda fixa, com ou sem a elevação de juros nos EUA, há um problema maior que impede os investimentos: a instabilidade política. No ano, o saldo de investimentos estrangeiros em renda fixa até julho estava negativo em 14,3 bilhões de dólares. Os únicos meses com saldo positivo foram junho e julho, que, com o cenário político um pouco mais calmo, somaram 1,23 bilhões de dólares.

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Apesar da finalização do processo de impeachment, a previsibilidade política ainda parece um sonho distante. Prova disso é o final do próprio julgamento – que separou a votação em duas partes. A novidade trouxe mais pressão sobre o atual governo e mostrou que a votação de medidas econômicas como a PEC do teto dos gastos públicos e a reforma previdenciária devem ser difíceis e demoradas. “Os nossos problemas internos são muito mais relevantes para o investidor do que a taxa de juros aqui ou nos Estados Unidos. Enquanto não resolvermos nossas questões, fica difícil atrair investidores”, afirma Arnaldo Curvello, diretor da gestora Ativa Wealth Management. Entre um Calheiros e outro, os investidores podem continuar preferindo juros entre 0,25% e 0,50% nos Estados Unidos aos 14,25% do Brasil.

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