Mercados

Os 20 melhores e piores IPOs da década

Levantamento traz os piores rendimentos e aqueles com melhor retorno entre as ofertas iniciais dos últimos anos

Empresas do carioca Eike Batista foram destaque entre os lançamentos de ações dos últimos dez anos (Fernando Cavalcanti/EXAME.com)

Empresas do carioca Eike Batista foram destaque entre os lançamentos de ações dos últimos dez anos (Fernando Cavalcanti/EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 6 de janeiro de 2011 às 16h06.

São Paulo - Apostar numa empresa durante sua abertura de capital é uma operação delicada - nem todas valem hoje o quanto eram avaliadas no dia de sua estreia.  Durante os últimos dez anos, a bolsa brasileira viveu uma maré alta de IPOs ou ofertas públicas iniciais de ações, na sigla em inglês; para alguns, uma festa de grande potencial de lucro, para outros, uma bolha de preços injustificáveis.

A década teve momentos históricos, como a estreia da petrolífera OGX (OGXP3), do empresário carioca Eike Batista, que levantou 4 bilhões de dólares e fechou seu primeiro pregão em alta de 8,3%. Por outro lado, para a maioria, a alegria durou pouco: depois da euforia inicial, boa parte das aberturas de capital realizadas nos últimos anos se mostrou um investimento ruim - quase 70% das empresas que chegaram à bolsa valem hoje menos do que no dia do IPO.

De acordo com levantamento feito pela consultoria Economática,  investir em IPOs nos últimos dez anos resultou, simultaneamente, em acertos e equívocos de grande dimensão. O mercado brasileiro abrigou 128 ofertas iniciais de ações no período, que captaram cerca 123 bilhões de reais. A pesquisa leva em consideração a rentabilidade das ações desde o seu lançamento até o dia 23 de dezembro de 2010. Confira as 20 melhores e piores:

Os maiores ganhos

A dona do pódio de maior rentabilidade entre os IPO nacionais dos últimos dez anos é a Totvs (TOTS3), cujos compradoes viram as ações acumularem uma alta 219% acima do Ibovespa desde sua estreia em 2006 (o índice da bolsa nacional valorizou-se  83,7% no mesmo período). A  empresa de desenvolvimento e comercialização de software de gestão empresarial captou 460 milhões de reais com sua oferta, acima das estimativas do mercado, à época em 300 milhões.

A segunda ação com melhor desempenho em relação ao Ibovespa é o da Odontoprev (ODPV3) com rentabilidade de 181,02% acida da rentabilidade do Ibovespa que no mesmo período teve rentabilidade de 63,3%.
 

Posição Empresa Ação Setor Rentabilidade da ação
1 Totvs TOTS3 Software e dados 219,06%
2 Odontoprev ODPV3 Outros 181,02%
3 Localiza RENT3 Outros 179,56%
4 Le Lis Blanc LLIS3 Têxtil 175,20%
5 Hypermarcas HYPE3 Outros 149,50%
6 Lojas Marisa AMAR3 Comércio 138,21%
7 Natura NATU3 Comércio 134,21%
8 Cyrela Realty CIRE3 Construção 110,69 %
9 Multiplus MPLU3 Outros 98,34%
10 Porto Seguro PSSA3 Seguradora 97,35%
11 PDG Realt PDGR3 Construção 92,65%
12 Sul America SULA11 Seguradora 89,35%
13 Mills MILS3 Outros 84,55%
14 Helbor HBOR3 Construção 83,02%
15 OGX Petroleo OGXP3 Petróleo e Gás 64,26%
16 Fleury FLRY3 Outros 60,27%
17 Cetip CTIP3 Finanças e Seguros 59,68%
18 Dasa DASA3 Outros 58,16%
19 BR Malls Part BRML3 Outros 55,75%
20 MRV MRVE3 Construção 53,54%


As maiores perdas

Os resultados para quem investiu na fabricante de biocombustíveis Brasil Ecodiesel (ECOD3) como uma aposta de médio prazo foi desastroso: o papel desabou 92,96% descontada a rentabilidade do Ibovespa desde seu IPO em 2006.

A chegada da Brasil Ecodiesel à Bovespa foi cercada de problemas. A empresa esperava uma captação entre 536,8 milhões  e 694,7 milhões de reais. No final, a operação levantou 378,9 milhões, uma resposta da desconfiança do mercado acerca da real capacidade da empresa de cumprir o seu plano de investimentos.

Em segundo lugar na lista de piores rendimentos está a Laep (LAEP11), com um tombo de 89,47% de desvaloziração, descontada a rentabilidade do Ibovespa. 

table.tableizer-table {border: 1px solid #CCC;

font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size:

12px;} .tableizer-table td {padding: 4px; margin: 3px;

border: 1px solid #ccc;}
.tableizer-table th {background-color: #104E8B; color:

#FFF; font-weight: bold;}

Posição Empresa Ação Setor Rentabilidade da ação
1 Ecodiesel ECOD3 Outros -92,96%
2 Laep MILK3 Alimentos -89,47%
3 Santos BRP STBP11 Transporte -87,89%
4 Inpar S/A INPR3 Construção -85,18%
5 Springs SGPS3 Têxtil -77,88%
6 Csu Cardsystem CARD3 Outros -77,26 %
7 Positivo POSI3 Eletrônicos -71,64%
8 Renar RNAR3 Agro e Pesca -70,38%
9 CR2 CRDE3 Construção -69,50%
10 Brookfield BISA3 Co nstrução -68,53%
11 Gol GOLL4 Transporte -68,30%
12 HSRF Part JHSF3 Construção -66,39%
13 Uol UOLL4 Software -65,63%
14 Minerva BEEF3 Alime ntos -64,98%
15 CC Des Imob CCIM3 Construção -63,91%
16 Fer Heringer FHER3 Química -62,14%
17 Sofisa SFSA4 Finanças -61,45%
18 Profarma PFRM3 Comércio -58,96%
19 Grendene GRND3 Têxtil -58,40%
20 Providencia PRVI3 Química -58,37%
Acompanhe tudo sobre:AçõesB3bolsas-de-valoresEmpresasEmpresas abertasInvestimentos de empresasIPOsMercado financeiroservicos-financeiros

Mais de Mercados

Ações da Usiminas (USIM5) caem 16% após balanço; entenda

"Se tentar prever a direção do mercado, vai errar mais do que acertar", diz Bahia Asset

"O dólar é o grande quebra-cabeça das políticas de Trump", diz Luis Otavio Leal, da G5 Partners

Ibovespa fecha em alta de mais de 1% puxado por Vale (VALE3)

Mais na Exame