Mercado: a chamada “baby bubble” em IA foi o tema dominante do mercado em maio (Reprodução/Thinkstock)
Agência de notícias
Publicado em 2 de junho de 2023 às 10h30.
O entusiasmo em torno da inteligência artificial tem levado investidores a apostar um valor recorde em ações de tecnologia, segundo o Bank of America.
A chamada “baby bubble” em IA foi o tema dominante do mercado em maio, disse o estrategista Michael Hartnett. Fundos de tecnologia atraíram um recorde de US$ 8,5 bilhões na semana até 31 de maio, de acordo com o banco, que cita dados da EPFR Global.
A “tecnologia monopolista” vence por meio do poder de precificação e pressão sobre fornecedores menores, escreveu Hartnett em nota. Ele destacou que o índice Nasdaq 100 está agora em nível recorde em relação ao indicador de empresas de pequena capitalização Russell 2000. A aposta contrária neste momento seria vender ações de IA e comprar papéis de Hong Kong, acrescentou.
Os fluxos para fundos globais de ações atingiram US$ 14,8 bilhões, enquanto um volume de US$ 1,1 bilhão foi alocado em fundos de renda fixa, mostram os dados.
Ações de tecnologia subiram 32% este ano com as apostas de que o Federal Reserve vai parar de subir os juros e que o setor seria menos afetado por uma potencial recessão. O otimismo em torno de ações relacionadas à IA deu um impulso extra ao setor de tecnologia em maio. O valor de mercado da Nvidia chegou a atingir US$ 1 trilhão por um breve período, enquanto a Apple está novamente perto de níveis recordes.
A intensidade do rali agora levanta algumas bandeiras técnicas e de posicionamento. O índice de força relativa do Nasdaq 100 está acima de 70, o limite para sobrecompra, que alguns consideram um precursor de uma onda vendedora. As posições compradas nos futuros do Nasdaq 100 também estão no nível mais alto em três anos, o que aumenta o risco de perdas, disseram estrategistas do Citigroup no início desta semana.
Hartnett, do BofA – que previu corretamente a queda das ações em 2022 – disse que continua pessimista em relação à renda variável em geral diante da perspectiva de aperto nas condições financeiras.
Entre outros destaques, alocações em dinheiro nos fundos somaram US$ 11,2 bilhões, na sexta semana consecutiva de entradas. Cerca de US$ 13,3 bilhões foram alocados em fundos de ações dos EUA, enquanto a Europa teve a 12ª semana de saídas, de US$ 1,8 bilhão.
Por estilo, apenas companhias de grande capitalização dos EUA receberam entradas; fundos de crescimento, pequena capitalização e valor registraram resgates.
Depois de tecnologia, o setor imobiliário recebeu os maiores fluxos entre os setores; energia e commodities lideraram as retiradas.