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Ômicron e guinada do Fed: a visão da Verde Asset sobre os 2 riscos

'Foi mais um mês complexo para ativos de risco e, no fim, os movimentos foram exacerbados pelo medo da nova variante Ômicron', aponta a gestora sobre o cenário em novembro

Luis Stuhlberger, gestor da Verde Asset | Foto: Patricia Monteiro/Bloomberg (Patricia Monteiro/Bloomberg)
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Da Redação

Publicado em 13 de dezembro de 2021 às 21h33.

"Os mercados se depararam nas últimas semanas com duas questões simultâneas: a emergência de uma nova variante da Covid, potencialmente muito mais contagiosa, ao mesmo tempo que o Federal Reserve executava os primeiros passos de uma guinada numa direção de política monetária bem menos frouxa do que tivemos nos últimos vinte meses."

É assim que a Verde Asset, dos respeitados gestores Luis Stuhlberger e Luiz Parreiras, descreve as mudanças no cenário para investidores na sua mais nova carta de gestão do seu Fundo Verde , relativa ao desempenho em novembro.

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"Foi mais um mês complexo para ativos de risco e, no fim, os movimentos foram exacerbados pelo medo da nova variante Ômicron", apontam os autores do documento distribuído nesta segunda-feira, dia 13.

Na avaliação de uma das maiores casas do país, com 50 bilhões de reais em ativos sob gestão, a nova variante Ômicron deve resultar em "algo similar ao que transcorreu com a variante Delta: uma forte onda de novos casos, mas sem grande severidade nem pressão nos sistemas hospitalares".

Segundo a carta, o surgimento da nova variante deve deixar mais premente a necessidade de doses de reforço ( boosters ) das vacinas: "nesse sentido, o Brasil está bem colocado: não só tem cobertura vacinal muito boa como está se movendo rápido para aplicar os boosters (sem mencionar a imunidade advinda da grande exposição que a variante de Manaus teve pelo país)".

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A visão é positiva para a evolução da pandemia: "acreditamos que as novas drogas antivirais orais (especialmente o Paxlovid da Pfizer, prestes a ser aprovado, com resultados excelentes em testes clínicos) devem ter papel importante em gerenciar a transição da pandemia em endemia ao longo do próximo ano", aponta o documento.

O mesmo tom positivo não é adotado pela Verde Asset quando o assunto é a mudança de postura do banco central americano, que anuncia na quarta-feira, dia 15, a sua nova decisão de política monetária.

"Já a transição de política monetária é um processo bem mais complicado e sujeito a riscos. O Fed parece estar reconhecendo que a inflação passou do razoável – inclusive se tornando um problema político para o governo Biden – e precisa agir de maneira mais célere na redução dos estímulos", aponta a carta de novembro.

"Até aqui o mercado parece indicar que a extensão desse processo [de retirada de estímulos] não será longa e está muito sujeita a erros, e a curva americana de juros teve um flattening [achatamento] importante, com os juros curtos subindo mas os longos caindo. Esse processo nos surpreendeu, dado que o nível terminal da taxa americana (ainda) nos parece baixo demais", encerra a Verde Asset ao analisar o comportamento do mercado.

O Fundo Verde, um dos mais bem-sucedidos da história do mercado financeiro do país, teve perda de 0,24% em novembro, enquanto o CDI rendeu 0,59%. No acumulado de 2021, a queda é de 3,19%, versus 3,60% do CDI.

Desde o seu início, em 1997, o Fundo Verde acumula rentabilidade de cerca de 18.000%, enquanto o CDI no mesmo intervalo de tempo teve retorno de aproximadamente 2.300%.

As perdas do fundo no mês passado vieram especialmente das exposições em bolsa, tanto no Brasil quanto globalmente, segundo a carta da gestora.

As posições tomadas em juros nos Estados Unidos também "apanharam" na margem, enquanto as posições tomadas na Europa tiveram ganhos, e particularmente a posição aplicada em juro real no Brasil trouxe um contraponto positivo ao fundo, explica a gestora na carta de gestão.

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