Antigos e atuais funcionários do Facebook já estão preparando planos sobre como gastar a riqueza que vão adquirir (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 9 de dezembro de 2011 às 10h57.
São Francisco - Viajar ao espaço ou iniciar uma expedição arqueológica a ruínas maias perdidas normalmente são coisa de romance de aventuras. Mas para os funcionários do Facebook, esses e outros sonhos estão se tornando mais próximos da realidade à medida que o maior serviço mundial de redes sociais se aproxima de uma oferta pública inicial bilionária que pode criar pelo menos mil milionários de uma vez.
A mais aguardada estreia no mercado de ações em 2012 deve estabelecer valor de mercado de até 100 bilhões de dólares para o Facebook, o que superaria todas as demais estreias em mercado do Vale do Silício, do Netscape ao Google.
Embora os mercados financeiros fracos possam resultar em adiamento ou redução no valor de qualquer oferta pública inicial, até os mais conservadores entre os observadores do mercado acreditam que o Facebook esteja destinado a estabelecer um novo patamar em uma região conhecida pela criação de fortunas, com até mesmo os mais humildes funcionários colhendo milhões de dólares em lucros.
Antigos e atuais funcionários do Facebook já estão preparando planos sobre como gastar a riqueza que vão adquirir, ainda que os regulamentos do mercado financeiro proíbam que as opções de ações detidas por funcionários sejam exercidas antes do final de um período de bloqueio de seis meses.
"As pessoas estão fazendo listas de coisas que sempre quiseram fazer, e agora poderão", disse um ex-funcionário que começou no Facebook em 2005, pouco depois que a empresa foi fundada.
Seu plano é reservar uma viagem ao espaço que custaria 200 mil dólares ou mais, na Virgin Galactic ou qualquer outra das companhias que estão trabalhando para criar um mercado de turismo espacial. A quantia é modesta, diante da sua expectativa de que as ações do Facebook que detém valham 50 milhões de dólares.
"Se a oferta pública inicial acontecer mesmo, vou reservar a viagem", disse o ex-funcionário, que pediu que seu nome não fosse mencionado porque não deseja atrair atenção para a sua situação financeira, dado o espírito inimigo da ostentação que prevalece no Vale do Silício. "É um sonho de infância", disse ele, sobre a viagem espacial.
Indiana Jones
Outras pessoas estão pensando menos em ficção científica e mais em Indiana Jones. Um grupo de atuais e antigos funcionários do Facebook começou a preparar uma expedição ao México que parece mais adequada a personagens de "Os Caçadores da Arca Perdida", de Steven Spielberg, do que aos nerds da computação retratados em "A Rede Social", o filme sobre o Facebook.
Inicialmente, o grupo desejava organizar uma expedição na selva para escavar ruínas maias relativamente intocadas, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto, que também preferiram não buscar notoriedade ao permitir que seus nomes fossem citados em conexão com a história. Depois de discutirem o assunto, há alguns meses, eles agora querem formar uma parceria com um programa arqueológico existente.
Fundado em um alojamento da Universidade Harvard por Mark Zuckerberg e amigos, em 2004, o Facebook se tornou o maior serviço mundial de redes sociais, com mais de 800 milhões de membros e receita de 1,6 bilhão de dólares no primeiro semestre de 2011.
Informações sobre sua estrutura de propriedade ou pacotes de remuneração de funcionários são difíceis de obter, porque a empresa ainda tem o capital fechado e revela muito pouco. Procurados, representantes do Facebook não quiseram comentar o assunto.
Fica claro que os primeiros funcionários do Facebook, que receberam participações acionárias, e os primeiros investidores do setor de capital de risco -como a Accel Partners, Greylock Partners e Peter Thiel, co-fundador do PayPal- receberão as maiores recompensas. Estima-se que Zuckerberg, 27, detenha pouco mais de um quinto da companhia, de acordo com David Kirkpatrick, autor de "The Facebook Effect".
Mas a riqueza também beneficiará engenheiros, vendedores e outros funcionários contratados mais tarde, já que a maioria recebe salários e mais alguma forma de remuneração relacionada a ações, tais como opções de ações ou ações de exercício restrito.
O quadro de funcionários da empresa subiu de 700 no final de 2008 a mais de 3.000 hoje. Dado seu uso generoso de opções de ações como forma de remuneração, no passado, pessoas conhecedoras do Facebook dizem que, mesmo sob uma estimativa conservadora, pode haver mais de mil pessoas destinadas a receber mais de 1 milhão de dólares em ganhos quando a empresa abrir seu capital.
"Haverá milhares de milionários", disse um antigo funcionário do departamento de recursos humanos do Facebook, que não permitiu que seu nome fosse revelado devido a acordos de confidencialidade.