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O que esperar dos lucros das empresas da bolsa no 3° tri?

Alta de custos e interrupções na cadeia de insumos provocadas por variante delta devem pressionar próximos resultados

Consumidora com sacolas de produtos da Nike em rua da Califórnia: | Foto: Lucy Nicholson/Reuters (Lucy Nicholson/Reuters)
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Reuters

Publicado em 25 de agosto de 2021 às 07h48.

Os lucros corporativos globais no terceiro trimestre devem cair pela primeira vez em 18 meses, após o lucro recorde do segundo trimestre.  Segundo cálculos da Reuters, a propagação da variante Delta comprime as cadeias de suprimentos e aumenta os custos trabalhistas.

O forte estímulo fiscal para apoiar a recuperação econômica e o afrouxamento das restrições à pandemia gerou alta demanda do consumidor no segundo trimestre, ao mesmo tempo em que a interrupção de fornecimento e a queda dos estoques levaram a um aumento de preços. Isso ajudou a impulsionar o lucro líquido combinado de 2.542 empresas globais com valor de mercado de pelo menos US $ 1 bilhão para um recorde de US $ 734 bilhões no trimestre encerrado em junho, de acordo com dados da Refinitiv.

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Para o terceiro trimestre, porém, os lucros são estimados em US $ 678,2 bilhões, representando uma queda de 8%. Somente nos Estados Unidos, espera-se uma queda de lucro de 7,2%, após aumento de 12,4% no segundo trimestre. Já na Europa e Ásia, o declínio deve ficar em 10,3% e 9,6%, respectivamente.

Nos Estados Unidos a atividade comercial desacelerou pelo terceiro mês consecutivo em agosto. Na China. a produção industrial e as vendas no varejo contraíram drasticamente em julho, com novos surtos de coronavírus.

Além disso,  a disseminação da doença na Ásia tem afetado a cadeia produtiva, com a escassez de chips semicondutores tem reduzido a fabricação de veículos e levado fabricantes de smartphones a economizarem chips para modelos populares.

"Problemas da cadeia de suprimentos, questões trabalhistas e aumentos de preços de insumos provavelmente reduzirão o crescimento no terceiro trimestre", disse Brian Jacobson, estrategista sênior de investimentos da Wells Fargo Asset Management. "Evitar a perda de vendas devido a problemas de cadeia de abastecimento é um problema mais agudo hoje do que tem sido historicamente. Os custos de envio são altos. O desvanecimento do apoio dos cheques de estímulo pode mudar a composição dos gastos do consumidor."

A Toyota Motor Corp disse na semana passada que reduziria sua produção global para setembro em 40%, enquanto a Apple prevê desaceleração do crescimento neste trimestre.

Por setor, espera-se que os setores imobiliário, financeiro e de consumo discricionário registrem tenham os piores resultados, com respectivas quedas de lucros estimadas em 22,2%, 18,8% e 16,2% nos lucros.

As margens líquidas médias das empresas globais devem cair para 10,66% no terceiro trimestre, de 11,43% no segundo trimestre.

Os gargalos da cadeia de suprimentos levam à falta de disponibilidade de insumos ou a aumentos de preços, disse Daniel Morris, estrategista-chefe de mercado do BNP Paribas Asset Management.

“Em alguns casos, as empresas conseguem repassar os custos mais altos para seus clientes, mas, se não conseguirem, as margens estão sendo espremidas”, disse ele.

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