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NY deve abrir em alta após discurso de Bernanke

O presidente do Fed frisou que as compras de ativos podem mudar ainda este ano, mas que elas podem ser mantidas caso as condições da economia fiquem desfavoráveis


	Bolsa de Nova York: às 10h15 (de Brasília), o Dow Jones futuro subia 0,20%, o Nasdaq ganhava 0,30% e o S&P 500 tinha alta de 0,39%
 (Getty Images)

Bolsa de Nova York: às 10h15 (de Brasília), o Dow Jones futuro subia 0,20%, o Nasdaq ganhava 0,30% e o S&P 500 tinha alta de 0,39% (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 17 de julho de 2013 às 11h03.

Nova York - As bolsas norte-americanas devem abrir em alta nesta quarta-feira. O depoimento do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), Ben Bernanke, hoje no Congresso, que teve a divulgação do discurso antecipada, animou o mercado, que operava oscilando perto da estabilidade à espera das declarações.

O dirigente frisou que as compras de ativos podem mudar ainda este ano, mas que elas podem ser mantidas por mais tempo caso as condições da economia fiquem desfavoráveis.

A expectativa agora é que Bernanke seja pressionado pelos congressistas na parte de perguntas e respostas a dar mais indícios sobre os rumos da política monetária. Às 10h15 (de Brasília), o Dow Jones futuro subia 0,20%, o Nasdaq ganhava 0,30% e o S&P 500 tinha alta de 0,39%.

No discurso de Bernanke, o dirigente frisou que, para o curto prazo, uma política monetária altamente acomodatícia é apropriada. O mercado de trabalho tem melhorado, mas o ritmo ainda não é satisfatório.

O dirigente vai dizer no Congresso que o Fed espera moderar as compras de ativos até o final deste ano, com a ponderação de que o ritmo pode ser mantido por mais tempo ou até aumentar se as condições da economia permanecerem desfavoráveis. A apresentação oficial de Bernanke no Congresso começa às 11h (de Brasília).

Na semana passada, em um evento em Boston, Bernanke deixou clara a diferença entre dois pontos da política monetária do Fed - a elevação dos juros e a redução das compras de ativos - e acalmou os mercados, que estavam confundindo os dois processos.

No depoimento ao Congresso, ele volta a enfatizar o ponto e destaca que os juros não vão subir enquanto a taxa de desemprego dos EUA estiver acima dos 6,5%. Quando começarem, as elevações nas taxas serão graduais.


Além de Bernanke, mais dois dirigentes do Fed com direito a voto no Fomc têm apresentações públicas nesta quarta-feira. A diretora do banco central Sarah Bloom Raskin fala às 13h (de Brasília), em um evento em Washington que discute a formação de bolhas de ativos.

O interesse por sua apresentação é grande porque a dirigente tem evitado falar em política monetária em suas últimas apresentações públicas. Além disso, alguns economistas argumentam que o Fed está preocupado com a existência de uma bolha de ativos e, por isso, teria sinalizado em maio as mudanças na sua estratégia de compras de ativos para tentar desinflar essa bolha.

A última vez que a diretora do Fed falou mais especificamente de política monetária foi no começo de maio, quando disse que se esperava "melhora modesta" para a atividade econômica norte-americana e que a economia ainda levaria um tempo para ficar "saudável" e se recuperar totalmente da crise de 2008.

O diretor do banco central Jeremy Stein também estará presente em um evento do Fed, previsto para começar às 13h (de Brasília). Stein, que até pouco tempo falava pouco publicamente, tem se apresentando em vários eventos nos últimos dias. No dia 28 de junho, em uma apresentação, ele sugeriu o mês de setembro como uma possível data para reduzir o ritmo de compras de ativos e ressaltou que o Fed tem buscado maior clareza em sua comunicação com o mercado.

"Apesar das falas de Bernanke, há uma nítida falta de clareza sobre o caminho que o Fed vai trilhar em sua política monetária nos próximos meses", avalia o economista sênior da gestora Standard Life Investiments, Douglas Roberts.


A ata mostrou que há uma divisão dentro do banco central, argumenta o economista, e as recentes declarações públicas de alguns dirigentes têm deixado essa divisão ainda mais evidente, com cada um apontando para um lado, seja membro votante do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), seja não votante.

Por isso, a expectativa é que na sessão de perguntas e respostas logo mais Bernanke seja pressionado a falar em datas mais exatas para a mudança da política monetária.

Ainda na sessão de eventos do Fed desta quarta-feira, o banco central divulga às 15h (de Brasília), o seu "Livro Bege", no qual apresenta um termômetro da economia dos EUA.

Entre os indicadores da economia, nesta manhã foram divulgados dados do setor imobiliário, mostrando queda de 9,9% nas construções de moradias iniciadas em junho. Em nível anualizado, o total chegou a 836 mil no mês passado, uma piora ante o patamar de maio, que estava em 914 mil. Os economistas de Wall Street esperavam que o indicador ficasse em 950 mil em junho, o que equivaleria a um crescimento de 3,9%.


No noticiário corporativo, várias empresas divulgam balanço do segundo trimestre hoje, algumas antes e outras depois da abertura do mercado. Entre elas, o Bank of America, a bandeira de cartões American Express, o laboratório Abbott, a fabricante de microprocessadores Intel e o site de vendas pela internet eBay.

Entre as companhias que já anunciaram seus números nesta manhã, o destaque foi o Bank of America, que registrou aumento de 63% no lucro, para US$ 4 bilhões, no segundo trimestre. O resultado ficou acima do esperado pelos analistas e, no pré-mercado, as ações do banco subiam 1,15%.

O Yahoo era destaque de alta no pré-mercado, subindo 2,31%. A presidente Marissa Meyer completa nesta quarta-feira um ano à frente do portal, que ontem mostrou queda de 7% nas receitas nas principais áreas de negócios da empresa, que inclui o portal de buscas, embora o lucro tenha crescido 46%. O The New York Times destaca que a executiva conseguiu mudar a cultura dentro da empresa, mas ainda há trabalho a ser feito para melhorar a parte financeira.

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