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Nubank: balanço surpreende mercado e ações saltam quase 18% nos EUA

Base de clientes da fintech aumenta em 5,7 milhões no trimestre e chega a 65,3 milhões

Aplicativo e cartão do Nubank: fintech tem lucro líquido ajustado de US$ 17 milhões (Rafael Henrique/SOPA Images/LightRocket via/Getty Images)

Aplicativo e cartão do Nubank: fintech tem lucro líquido ajustado de US$ 17 milhões (Rafael Henrique/SOPA Images/LightRocket via/Getty Images)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 16 de agosto de 2022 às 12h00.

Última atualização em 16 de agosto de 2022 às 17h53.

As ações do Nubank (NU) dispararam 17,95% na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE) nesta terça-feira, 16, com investidores reagindo aos números do segundo trimestre apresentados na última noite. A valorização supera 40%, considerando os ganhos da sessão anterior, quando parte dos investidores se anteciparam ao resultado que estava por vir. Os papéis são negociados próximo de US$ 5,79.

O Nubank teve lucro líquido ajustado de US$ 17 milhões no segundo trimestre -- 3% maior que o do mesmo período de 2021, mas ainda irrisório em relação a seus quase US$ 27 bilhões em valor de mercado. Porém, diante do potencial futuro das operações de suas operações, parte dos analistas veem a linha final do balanço como apenas mais um detalhe. Algo "pouco expressivo e nada relevante", segundo Danielle Lopes, sócia e analista de ações da Nord Research.

O grande ativo é o crescimento do número de clientes. O Nubank encerrou o segundo trimestre com 65,3 milhões de clientes em sua base, 5,7 milhões a mais do que no trimestre anterior e 23,6 milhões superior ao do mesmo período de 2021. A base de clientes no México aumentou em 6 vezes para 2,7 milhões. Na Colômbia, a fitech terminou o trimestre 314.000 clientes.

"Está cada vez mais claro que o modelo de banco digital do Nubank consegue ser replicado em outras economias emergentes, tendo em vista as operações na Colômbia e principalmente no México", afirmou Gustavo Pazos, analista de ações da Warren.

Pazos também destacou o a taxa de atividade dos clientes do Nubank, que cresceu de 72% para 80% na comparação anual. O aumento foi atribuído pelo banco ao maior engajamento de clientes e vendas cruzadas de produtos.

"As vendas de produtos financeiros do Nubank têm me surpreendido. O Nubank tem conseguido fazer com que cliente que só tinham conta corrente e cartão de crédito também se torne um consumidor de produtos financeiros", disse Pazos.

A receita média mensal por cliente dobrou em bases de câmbio neutro para US$ 7,8 frente ao segundo trimestre de 2021. A receita operacional do Nubank ficou em US$ 1,157 bilhão, 244% acima do segundo trimestre de 2021 e maior que o consenso do mercado, que era de US$ 1,02 bilhão.

Mais cautela na linha de crédito

Novos produtos, funcionalidades, crescimento de transações e a expansão do portfólio sujeito a ganho de juros (IEP na sigla em inglês) impulsionaram o resultado.

O IEP do Nubank fechou o trimestre em US$ 3,2 bilhões, com crescimento anual de 220%. O aumento de crédito pessoal foi de 250% no período para US$ 2,1 bilhões. O crescimento do IEP frente ao trimestre anterior, contudo, foi tímido, de cerca de 3%.

De acordo com o balanço, a desaceleração reflete a "perspectiva de curto prazo mais incerta para a economia brasileira". A inadimplência de mais de 90 dias do Nubank aumentou de 3,5% para 4,1%.

"O momento macroeconômico é desafiador e obrigou o Nubank a pisar no freio e ser menos agressivo na concessão de crédito.", disse Pazos.

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