Mercados

Nova onda de contágio e tarifas da China afetam as bolsas

A China anunciou hoje uma nova lista de 79 produtos que podem ter novas tarifas em meio a uma crescente pressão dos EUA

BOLSA DE XANGAI: novos casos em Wuhan são uma das maiores preocupações de investidores (Yifan Ding/Getty Images)

BOLSA DE XANGAI: novos casos em Wuhan são uma das maiores preocupações de investidores (Yifan Ding/Getty Images)

Felipe Giacomelli

Felipe Giacomelli

Publicado em 12 de maio de 2020 às 07h00.

Última atualização em 12 de maio de 2020 às 07h32.

A terça-feira começou com medo de uma segunda onda de contágio do coronavírus e novas ameaças à recuperação da economia. Uma possível boa notícia não jogou os índices para cima no início do dia. A China anunciou hoje uma nova lista de 79 produtos que podem ser isentos de tarifas adicionais em meio a uma crescente pressão dos Estados Unidos.

É um novo capítulo da guerra comercial num momento em que a pandemia segue avançando. O total de casos de coronavírus chegou nesta terça-feira a 4,2 milhões, com 286.500 mortes.

A nova lista, focada em minérios, começa a valer, segundo Pequim, no dia 19. A notícia vem num momento de negociações pela primeira fase de um acordo comercial em que a China se compromete a compras adicionais de 200 bilhões de dólares em produtos americanos.

Numa notícia que mostra o quanto a pandemia tem comprometido a economia, a petroleira saudita Saudi Aramco anunciou hoje uma queda de 25% nos resultados do primeiro trimestre. É reflexo da queda no preço e do menor consumo de petróleo. Há crescentes dúvidas sobre se o uso em setores como o de aviação voltará no longo prazo aos níveis pré-pandemia. Segundo a Reuters, a produção russa no início de maio caiu de 11 milhões para 9,45 milhões de barris diários.

O Brasil e o mundo convivem com uma dicotomia entre reabertura e medo de uma piora na situação. Um caso emblemático é a Rússia, que anunciou ontem um início de reabertura mesmo com recorde de casos -- o país é o segundo com mais contaminados, 232 mil. Nova York anunciou ontem que não deve inicar a volta da rotina antes de junho. Na Ásia, Wuhan, na China, voltou a registrar casos depois de um mês e a Coreia do Sul adiou a volta às aulas após um novo foco de contágios.

No Brasil, o receio de que uma adoção mais massiva de lockdowns possa afetar ainda mais a economia ajudou a jogar a bolsa para baixo ontem. As previsões de encolhimento do PIB em 2020 variam entre -4% e -5,5% (e seguem piorando).

O somatório de problemas fez Hong Kong fechar em queda de 1,45% hoje. As bolsas europeias abriram perto da estabilidade. No Brasil, o Ibovespa, principal índice de ações, caiu 1,49% ontem e fechou em 79.064,60 pontos. Já o dólar comercial subiu 1,5% e encerrou cotado a 5,824 reais – a segunda maior da história.

Acompanhe tudo sobre:ChinaCoronavírusEstados Unidos (EUA)Exame HojeGuerras comerciais

Mais de Mercados

Vendas do Wegovy, da Novo Nordisk, disparam 79% no 3º trimestre

Ibovespa abre em forte queda com IPCA acima do esperado e frustração com a China; dólar dispara 1,6%

Cogna reduz em 72% prejuízo no 3º tri com crescimento de Kroton e já mira dividendos em 2025

Dona da Jeep, Stellantis enfrenta crise e corta mais de mil empregos nos EUA