No radar: Opep+ sem acordo, ata do Fomc e o que move o mercado
Bolsas internacionais operam com cautela à espera de definição para o mercado de petróleo
Beatriz Quesada
Publicado em 5 de julho de 2021 às 07h03.
Última atualização em 5 de julho de 2021 às 10h33.
As bolsas globais operam com cautela nesta segunda-feira, 5, após pregões de fortes ganhos na semana passada, com o índice americano S&P 500 renovando a máxima histórica pelo 7º pregão seguido. O recuo acompanha preocupações dos investidores com a política monetária dos Estados Unidos e com as discussões da Opep+. Vale lembrar que as bolsas estão fechadas nos EUA por conta do feriado do Dia da Independência, o que reduz a liquidez global.
Na sexta-feira, os mercados foram impulsionados pelo payroll – divulgação de dados não agrícolas nos Estados Unidos. Os dados reforçaram o otimismo sobre a retomada da maior economia do mundo, mas não a ponto de desencadear temores do mercado sobre riscos de inflação.
Esta semana, no entanto, investidores aguardam a divulgação da minuta da última reunião do Fomc, comitê de política monetária do Federal Reserve (Fed, banco central americano). O documento, que será divulgado na quarta-feira, pode trazer maior clareza sobre quando a autoridade monetária pretende alterar sua política monetária de olho no aumento de preços. Um possível aumento na taxa de juros dos EUA – que se encontra próxima de zero desde o início da pandemia – é algo que preocupa o mercado.
Opep+ sem acordo
A Opep+, que agrupa a Organização dos Países Exportadores de Petróleo, Rússia e aliados, deve retomar nesta segunda-feira as conversas para chegar a um acordo sobre a política de produção de petróleo. Na última sexta, o Cartel fechou as discussões sem uma resposta final pelo segundo dia consecutivo após os Emirados Árabes Unidos bloquearam alguns aspectos do pacto.
A Organização votou na sexta-feira para aumentar a produção de petróleo em cerca de 2 milhões de barris por dia (bpd) de agosto a dezembro de 2021 e estender cortes remanescentes até o fim de 2022, em vez de encerrar em abril de 2022, afirmaram fontes da Opep+. Os Emirados Árabes Unidos concordaram em liberar mais petróleo para o mercado, mas se recusaram a apoiar a extensão dos cortes.
Com a indefinição, os preços do petróleo Brent e WTI avançam em torno de 0,4% no início da manhã.
DiDi bloqueada na China
A empresa chinesa de aplicativos de transporte DiDi – que controla a 99 desde 2017 – foi bloqueada das app stores na China neste domingo, 04. A retirada acontece alguns dias após a empresa ter feito o maior IPO da última década nos Estados Unidos, levantando 4 bilhões de dólares.
O órgão de administração do ciberespaço da China (CAC, na sigla em inglês) afirmou em nota que o aplicativo violou a lei de cibersegurança do país por coletar e utilizar impropriamente dados de usuários. A decisão impactou as bolsas da Ásia, que encerraram o pregão sem direção definida.
Bolsa no Brasil
Por aqui, a bolsa encerrou a última semana em alta acompanhando o bom humor do exterior, mas investidores continuam monitorando a escalada do risco político. Enquanto isso, o mercado deve receber nesta quarta-feira a definição de preço por ação no IPO da BBM Logística, que pode movimentar até 1,5 bilhão de reais.
Vale lembrar que a semana é mais curta, com o calendário da B3 acompanhando o feriado de 9 de julho em São Paulo.
Focus e PMI
Às 8h25, o Banco Central divulga o Boletim Focus, que reúne expectativas de economistas para indicadores como inflação e juros. Na pesquisa da semana passada, economistas elevaram as estimativas para o IPCA , indicador oficial da inflação no país, de 5,90% para 5,97% ao final de 2021.
Às 10h, serão divulgados os dados do índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) composto e de serviços do Brasil. Os níveis anteriores ficaram, respectivamente, em 49,2 e 48,3 – abaixo da marca de 50 pontos que divide a contração da expansão em termos de atividade econômica.