Mercados

No radar: incertezas nos EUA e o que move o mercado nesta sexta

Dados de desemprego devem apontar para quarto mês consecutivo de recuperação do mercado de trabalho americano

Bolsa: mercado amanhece à espera de payroll (Cris Faga/NurPhoto/Getty Images)

Bolsa: mercado amanhece à espera de payroll (Cris Faga/NurPhoto/Getty Images)

GG

Guilherme Guilherme

Publicado em 4 de setembro de 2020 às 06h00.

Última atualização em 4 de setembro de 2020 às 08h11.

O mercado financeiro brasileiro terá uma sexta-feira, 4, de olho no que acontece nos Estados Unidos. É na esperança de que os dados oficiais de desemprego surpreendam as expectativas que os investidores começam os trabalhos. Após a decepção com os números do ADP sobre os empregos no setor privado, resta ao Relatório de Emprego, o payroll, que será divulgado às 9h30, sustentar o otimismo com a recuperação da maior economia do mundo.

A expectativa é que o relatório aponte a criação de 1,4 milhão de empregos em agosto e que a taxa de desemprego americana caia de 10,2% para 9,8%, o que seria o quarto mês consecutivo de retomada do mercado de trabalho, mas em ritmo mais lento.

Também segue no radar dos investidores a realização de lucros de investidores com ações de empresas de tecnologia, que pode ser acentuada com o resultado do emprego. O movimento iniciado na quarta-feira se intensificou na quinta, derrubando o índice Nasdaq em 4,98% -- a maior queda já registrada desde 11 de junho.

No Brasil, os investidores seguem animados com o avanço de pautas do Ministério da Economia, após o governo ter cumprido a promessa de enviar ao Congresso a proposta da reforma administrativa. A proposta, entre outras coisas, propõe o fim da estabilidade do servidor público e de promoções por tempo de serviço. A expectativa do ministro da Economia, Paulo Guedes, é a de que a reforma gere, em dez anos, uma economia de 500 bilhões de reais aos cofres públicos.

Com a melhora das perspectivas fiscais e do cenário político, na quinta-feira, 3, o real teve a maior valorização entre as principais moedas emergentes, encerrando em queda de 1,3%, sendo vendido por 5,291 reais. Essa foi a terceira queda seguida do dólar contra o real e o quinta dos últimos seis pregões. Mas, mesmo com o ambiente interno positivo, o Ibovespa encerrou em queda de 1,17, em 100.721 pontos, pressionado pelo mercado americano. O índice só não caiu mais devido à forte alta das ações dos grandes bancos de varejo, que tiveram recomendação de compra do Bank of America.

No cenário corporativo, está no radar o aumento da participação acionária da maior gestora do mundo, a BlackRock, na Via Varejo -- para 5,08% das ações da companhia. No setor de saúde, a Hapvida anunciou a antecipação para 18 de setembro do pagamento remanescente de juros sobre capital próprio (JCP) de 111,5 milhões de reais (0,15 reais por ação) e de dividendos no valor de 6,1 milhões de reais.

Acompanhe tudo sobre:AçõesCâmbioDólarIbovespaMercado financeiro

Mais de Mercados

Dólar fecha em queda de 0,84% a R$ 6,0721 com atuação do BC e pacote fiscal

Entenda como funcionam os leilões do Banco Central no mercado de câmbio

Novo Nordisk cai 20% após resultado decepcionante em teste de medicamento contra obesidade

Após vender US$ 3 bilhões, segundo leilão do Banco Central é cancelado