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Nissan anuncia corte de vagas de emprego para conter queda nos lucros

A montadora japonesa Nissan anunciou uma série de medidas para enfrentar a queda nas vendas, incluindo a redução da capacidade de produção e a venda de parte de sua participação na Mitsubishi Motors

Fábrica da Nissan, que enfrenta reestruturação global com cortes de empregos e redução de capacidade. (Kim Kyung-Hoon/Reuters)

Fábrica da Nissan, que enfrenta reestruturação global com cortes de empregos e redução de capacidade. (Kim Kyung-Hoon/Reuters)

Fernando Olivieri
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 7 de novembro de 2024 às 08h13.

A Nissan Motor, uma das principais montadoras do Japão, revisou para baixo sua previsão de lucro operacional anual e anunciou um plano de reestruturação que inclui o corte de 9 mil empregos e a redução de 20% em sua capacidade de produção. A empresa projeta um lucro operacional de ¥150 bilhões (R$ 5,53 bilhões) para o ano fiscal que termina em março de 2025, bem abaixo dos ¥500 bilhões (R$ 18,45 bilhões) estimados anteriormente e das projeções médias de analistas.

Segundo a Bloomberg, esse corte reflete as dificuldades que a Nissan enfrenta em mercados importantes como Japão, China e América do Norte, além da intensa concorrência de marcas de veículos elétricos, como Tesla e BYD. A montadora também anunciou que reduzirá sua participação na Mitsubishi Motors, vendendo cerca de 10% das ações, o que diminuirá seu controle de 34% para aproximadamente 24%.

Ajustes diante de uma demanda fraca

O lucro da Nissan para o trimestre encerrado em setembro foi de ¥32 bilhões (R$ 1,18 bilhão), muito abaixo das expectativas de ¥65 bilhões (R$ 2,4 bilhões) e dos ¥208 bilhões (R$ 7,68 bilhões) registrados no mesmo período do ano passado. A companhia, que está em meio a um plano de reestruturação de três anos, já havia reduzido suas metas de produção e lucro no início de 2024 devido à fraca demanda por veículos em seus principais mercados.

Desde que Makoto Uchida assumiu como CEO em 2019, após a crise de liderança gerada pela saída do ex-presidente Carlos Ghosn, a Nissan tem buscado recuperar sua lucratividade e expandir sua linha de veículos elétricos. O objetivo é vender 1 milhão de carros adicionais até 2027. No entanto, a linha atual da montadora enfrenta críticas por falta de inovação, enquanto o interesse do consumidor por veículos híbridos e elétricos continua a flutuar.

Na China, onde a demanda por carros despencou, a Nissan também enfrenta dificuldades. Em junho, a empresa anunciou o fechamento de uma fábrica em Changzhou, devido à baixa performance de vendas. O objetivo de produção global para o ano fiscal foi reduzido em 50 mil unidades, somando 3,65 milhões de veículos. No entanto, com uma queda de quase 4% nas vendas globais — totalizando 1,6 milhão de unidades entre abril e setembro —, alcançar essa meta é um desafio significativo.

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