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Nippon Steel enfrenta nova tarifa de 29% nos EUA

EUA aumentam tarifas de importação para produtos da Nippon Steel, ampliando desafios para o mercado global de aço

Aço laminado a quente: foco de disputa entre a Nippon Steel e as siderúrgicas americanas. (Costfoto/NurPhoto/Getty Images)

Aço laminado a quente: foco de disputa entre a Nippon Steel e as siderúrgicas americanas. (Costfoto/NurPhoto/Getty Images)

Fernando Olivieri
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 19 de novembro de 2024 às 08h57.

O Departamento de Comércio dos Estados Unidos aumentou as tarifas sobre a Nippon Steel, impondo uma margem de dumping de 29% sobre o aço laminado a quente vendido nos EUA a preços abaixo do valor normal entre outubro de 2022 e setembro de 2023. Essa decisão preliminar, publicada no Registro Federal em 13 de novembro, faz parte da revisão administrativa anual de um caso de dumping existente desde 2016, quando quatro grandes siderúrgicas americanas apresentaram a queixa.

No mesmo dia, segundo a Bloomberg, a Nippon Steel comprometeu-se com os trabalhadores sindicalizados da United States Steel a não importar placas de aço de suas usinas no exterior, como parte dos esforços para obter apoio para a proposta de aquisição de US$ 14,1 bilhões (aproximadamente R$ 81,3 bilhões) da empresa americana.

Embora essa promessa envolva um produto diferente, o aumento das tarifas pode ser utilizado como argumento político por líderes sindicais, como David McCall, contra a propriedade estrangeira. Ambas as empresas aguardam a decisão do Comitê de Investimento Estrangeiro nos EUA (CFIUS) sobre o acordo.

Caso confirmada na determinação final, a nova tarifa elevaria significativamente os impostos sobre os produtos de aço laminado a quente da Nippon Steel, que anteriormente eram de 1,39%. O aço laminado a quente é um produto amplamente utilizado em automóveis, eletrodomésticos e pontes, servindo como referência global para a indústria siderúrgica.

Analistas observam que o Japão, sendo um produtor de alto custo, geralmente se concentra em produtos de maior valor agregado, como aço elétrico, e não é conhecido por competir significativamente em produtos mais comuns, como bobinas laminadas a quente ou placas de aço.

A Nippon Steel afirmou, em comunicado, que sempre respeitou as leis dos EUA na avaliação e mitigação do impacto das importações na indústria doméstica e continuará a cumprir plenamente as leis de remédios comerciais dos EUA.

A decisão do Departamento de Comércio ocorre enquanto o Presidente eleito Donald Trump se prepara para um segundo mandato, durante o qual prometeu impor tarifas significativas à China e menores ao restante do mundo. Empresas como Cleveland-Cliffs, Nucor, Steel Dynamics e US Steel são peticionárias no caso, juntamente com a subsidiária americana da produtora sueca SSAB AB. David McCall, que tem sido crítico à aquisição da US Steel, acusa a Nippon Steel e o Japão de dumping ilegal de aço no mercado dos EUA há anos.

Impactos no mercado

A decisão ocorre em um momento de tensão comercial crescente, com o presidente eleito Donald Trump prometendo tarifas maiores sobre produtos chineses e taxas menores, mas ainda significativas, para outras nações.

O caso contra a Nippon Steel foi apresentado por grandes siderúrgicas americanas, como Cleveland-Cliffs, Nucor, Steel Dynamics e US Steel, além da subsidiária da sueca SSAB AB.

McCall, crítico à aquisição da US Steel pela Nippon Steel, tem acusado o Japão de dumping há anos. Apesar disso, analistas afirmam que a decisão de aumentar as tarifas pode estar mais ligada ao contexto econômico e às revisões anuais do Departamento de Comércio do que a questões políticas relacionadas à aquisição da US Steel.

A Nippon Steel, por sua vez, enfrenta o desafio de equilibrar o impacto dessa decisão enquanto busca avançar com seu plano de expansão nos EUA, ao mesmo tempo que mantém sua reputação de seguir rigorosamente as normas comerciais internacionais.

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