Michael Ceitlin, ex-presidente da Mundial: executivo está entre os denunciados pelo Ministério Público Federal (Davilym Dourado/EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 4 de dezembro de 2012 às 13h34.
São Paulo - O Ministério Público Federal (MPF) no Rio Grande do Sul apresentou, na última sexta-feira, denúncia contra dez pessoas envolvidas no caso da alta das ações da Mundial. Elas serão indiciadas pelos crimes de formação de quadrilha e manipulação de mercado.
Segundo a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que está atuando como assistente de acusação no caso, dois dos envolvidos também foram denunciados por uso de informação privilegiada (insider trading) para negociar ações da empresa.
Dentre os denunciados, estão o empresário Michael Ceitlin, ex-presidente da Mundial, e Rafael Ferri, agente autônomo. Segundo investigações da Polícia Federal, Ferri investia em ações da Mundial e passou a recomendar os papéis a amigos em Porto Alegre.
Além disso, o agente autônomo negociava, ele mesmo, volumes elevados de papéis da companhia, de acordo com as investigações, usando informações privilegiadas às quais tinha acesso pelo contato pessoal mantinha com o presidente da fabricante de alicates.
Segundo a CVM, além de penas de prisão, os denunciados podem ser condenados a pagar multas que podem atingir até três vezes o valor da vantagem ilícita obtida com a prática criminosa. Na época, as ações da empresa saltaram de R$ 0,23 para R$ 7,01 de fevereiro a julho de 2011, uma alta de 2.950%, movimento que fez o papel negociar volumes superiores aos de Petrobras e Vale durante alguns dias. O episódio ficou conhecido como “a bolha do alicate”.
Os outros denunciados pelo MPF são Rafael Danton Weber Toro, Marco Beltrão Stein, Jorge Hund Junior, Pedro Barin Calvete, Guilherme Anderson Weber Toro, Paulo Borba Moglia, Eduardo Vargas Haas e Diego Buaes Boeira.