Movida: a novata queridinha

A bolsa caiu 10% nas últimas semanas, mas uma ação novata se mantém firme na carteira de investidores. Desde sua oferta inicial de ações (IPO), no início de fevereiro, as ações da locadora de veículos Movida já subiram 20,5%. No mesmo período, o Ibovespa recuou 2,8%. Nesta quarta-feira a companhia divulgará os resultados do último trimestre de 2016, que podem impulsionar ainda mais os papéis.

Os bancos Morgan Stanley, Santander e BTG Pactual já iniciaram a cobertura das ações da Movida e recomendam sua compra. A companhia é a marca que mais cresce na locação de veículos desde que o grupo JSL a comprou, no fim de 2013. Desde então a Movida abriu 233 lojas e ampliou sua frota de 2.400 para 57.600 carros – se tornado a segundo maior locadora de carros do Brasil. Analistas acreditam que agora, com os 535,9 milhões de reais do IPO que foram para seu caixa, a companhia crescerá ainda mais.

“Enquanto as quatro principais empresas dos EUA representam 95% das receitas do setor, as três principais empresas no Brasil representam apenas 30% do mercado (a Movida tem 7%). Acreditamos que a Movida tem diferenciais que devem fortalecer sua vantagem competitiva em relação às empresas pequenas”, dizem analistas do banco BTG Pactual em relatório. Eles acreditam que o faturamento da empresa deve triplicar até 2019, passando dos 4,2 bilhões de reais.

Nesta quarta-feira, analistas estimam que a companhia deve apresentar uma receita de 500 milhões de reais no quarto trimestre, totalizando 1,9 bilhão no ano de 2016 – alta de 63% na comparação com 2015. Já o lucro da companhia no ano deve recuar de 54 milhões de reais em 2015 para 37 milhões de reais em 2016 – efeito da crise no país.

Na bolsa a Movida também se beneficiou da decisão de sua concorrente Unidas de cancelar sua abertura de capital, também prevista para o início de fevereiro. Com isso, a Movida continua sendo uma das únicas do setor de capital aberto – ao lado da gigante Localiza e da Locamérica.

Entre as outras empresas que abriram capital nos últimos meses, apenas a companhia de saneamento do Paraná, Sanepar, também acumula alta em seus papéis – de 12,4%. As ações do laboratório Hermes Pardini caíram 5,8%, e as do Alliar desabaram 34,9%.