Sede da Moody's em Nova York: Ao rebaixar o rating da Light, a agência destaca que os ratings da companhia do setor elétrico são limitados pelo "considerável" programa de investimentos consolidado (REUTERS/Brendan McDermid)
Da Redação
Publicado em 10 de agosto de 2015 às 14h27.
São Paulo - A Moody's rebaixou o rating corporativo da Light S.A. em moeda local de Ba1 para Ba2 na escala global e de Aa2.br para Aa3.br na escala nacional, com perspectiva estável.
No mesmo dia, a agência de classificação de riscos alterou a perspectiva das empresas Light Energia S.A e Light Serviços de Eletricidade S.A (Light Sesa) de negativa para estável.
Os ratings de emissor em moeda local e sêniores sem garantia foram afirmados em Ba2 na escala global e Aa3.br na escala nacional, conforme documentos publicados nesta segunda-feira pela Moody's.
Ao rebaixar o rating da Light e alterar as perspectivas das controladas, a agência destaca que os ratings da companhia do setor elétrico são limitados pelo "considerável" programa de investimentos consolidado.
A avaliação também leva em consideração as distribuições de dividendos "relativamente altas", o impacto potencial de aquisições corporativas e os elevados níveis de perdas de energia e taxas de inadimplência na Light Sesa, principal subsidiária do grupo.
Esses pontos são citados como contraposição às "métricas de crédito consolidadas para sua categoria de rating com fluxos de caixas relativamente estáveis", os quais devem ser mantidos futuramente.
Ao comentar a revisão das perspectivas da Light Energia e da Light Sesa, a Moody's destaca que o rebaixamento dos ratings corporativos da Light S.A. ocorreu de forma a alinhar a avaliação aos ratings das duas controladas, dado que a Light é a garantidora da dívida das duas empresas.
Segundo a Moody's, a Light Sesa e a Light Energia respondiam por 87% e 6%, respectivamente, da receita consolidada da Light nos 12 meses encerrados em março deste ano.
As duas companhias também respondiam por 60% e 40% do Ebitda consolidado do grupo, respectivamente.
No caso da Light Sesa, o documento aponta que, "apesar das constantes condições desafiadoras de hidrologia nos últimos 12 a 24 meses, a Light Sesa continua a gerar fluxos de caixa operacionais relativamente estáveis em seu negócio de distribuição regulamentado".
Além disso, a implementação do mecanismo de "bandeiras tarifárias" no início de 2015 deverá ajudar a proteger a empresa de eventuais novos aumentos substanciais no custo da energia.
A respeito da alteração da perspectiva da Light Energia, a Moody's afirma que "a nova capacidade de geração de projetos incipientes que entrarão em operação ao final de 2015 ajudará a companhia a compensar de uma maneira substancial" os desafios provocados pelas condições hidrológicas adversas.