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Mercado inicia semana à espera de balanços nos EUA

Resultados do segundo trimestre de bancos de investimentos, como JPMorgan, Goldman Sachs e Credit Suisse devem ser termômetro da recuperação dos EUA

Bolsa: casos de coronavírus nos EUA seguem pressionando mercados (Cris Faga/NurPhoto/Getty Images)

Bolsa: casos de coronavírus nos EUA seguem pressionando mercados (Cris Faga/NurPhoto/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 12 de julho de 2020 às 21h40.

Última atualização em 12 de julho de 2020 às 21h40.

A semana nos mercados começa com investidores divididos entre sinais de retomada da economia mundial e aumento de casos do novo coronavírus no planeta, especialmente nos Estados Unidos. Diante de indícios de reação econômica, há a expectativa de ampliação na produção mundial de petróleo pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+), que deve se reunir virtualmente na quarta-feira, 15.

Antes, porém, a informação de que a Líbia suspendeu novamente suas exportações da commodity pode trazer algum alento. Além disso, a safra de balanços trimestrais começa nos EUA, com resultados de importantes bancos como JPMorgan (terça), Citigroup (terça) e Goldman (quarta), que devem ser um termômetro importante da recuperação dos EUA e ainda para os mercados. Nesta segunda, a PepsiCo informa seus números.

A despeito da sinalização de reação da atividade global, o número de casos de pessoas infectadas pela doença não para de crescer, o que pode colocar em risco essa retomada. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) o número de confirmações da covid-19 atingiu novo recorde em 24 horas, de mais de 230 mil, ante 228 mil na sexta-feira (10). Os Estados Unidos, mais uma vez superaram os demais países, com mais de 66 mil registros. No sábado, a Flórida registrou o maior avanço diário de casos da pandemia, alcançando 15.299. Também naquele dia, o presidente norte-americano, Donald Trump, foi visto em público usando máscara pela primeira vez desde o início da pandemia. Para alguns analistas, isso pode reforçar o hábito entre conservadores e ser positivo para o combate ao coronavírus no país.

Conforme a consultoria Pantheon, uma segunda fase de casos da covid-19 nos EUA ainda não atingiu seu pico, mas ela acredita que isso não deve demorar. A consultoria destaca a média móvel dos últimos sete dias de novos casos em vários Estados e aponta que "claramente, a taxa de aumento nos casos tem recuado em todos os grandes Estados que têm sofrido enormes segundas ondas de surto da covid".

Apesar das preocupações acerca da pandemia e do aumento de pessoas infectadas, os índices futuros das bolsas de Nova York operam com ganhos, no início da noite deste domingo, numa semana em que além de divulgações de balanços, serão informados o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos EUA e o Livro Bege, do Federal Reserve (Fed, o banco central americano). O documento traz um resumo das condições da economia do país.

Nos últimos sete dias, o Brasil registrou uma média diária de 1.036 mortes por covid-19. É a quarta semana seguida em que o número de óbitos anunciados pelas secretarias estaduais de Saúde fica acima de mil. De acordo com os dados do levantamento realizado pelo consórcio formado pelo Estadão, G1, O Globo, Extra, Folha e UOL junto às Secretarias Estaduais de Saúde, neste domingo, 12, o Brasil registrou 659 óbitos causados pela pandemia. Foram mais 25.364 testes positivos de infecção.

No total, 72.151 brasileiros já perderam a vida por causa da covid-19, conforme os dados do consórcio. Desde o início do coronavírus, 1.866.176 pessoas tiveram resultado positivo ao fazer o teste que identifica o vírus. E a Anvisa reforçou que o uso de ivermectina não é recomendado para o tratamento de pacientes com o novo coronavírus. O medicamento antiparasitário não tem eficácia comprovada contra a covid-19.

Enquanto isso, o presidente Jair Bolsonaro continua criticando as medidas adotadas contra a pandemia de coronavírus no Brasil. Ele afirmou em suas redes sociais que o combate à covid-19 foi marcado por 'desinformação' e 'pânico'.

No Congresso, já há maioria para derrubar o veto da desoneração da folha de salários até o fim de 2021, conforme levantamento da Arko Advice. Segundo a consultoria política, 377 deputados e 39 senadores são favoráveis à derrubada. O placar está bem próximo dos votos necessários (257 deputados e 41 senadores). Empresários também têm se mobilizado em defesa da prorrogação da medida, que atende 17 setores da economia e vale até o final de 2020.

Em meio à pressão que vem sofrendo de organizações e investidores em relação à preservação ambiental do País, o presidente Jair Bolsonaro usou as redes sociais neste domingo (12) para ressaltar ações do governo em prol do meio ambiente. O presidente citou em especial a atuação da Advocacia-Geral da União (AGU), que bloqueou mais R$ 143 milhões em bens de desmatadores da Floresta Amazônica. Conforme ele, os valores já ultrapassam os R$ 570 milhões e os recursos recuperarão os danos ambientais e pagamentos de indenização nas ações movidas pela AGU.

Ainda sobre o assunto, a Corregedoria do Ministério Público Federal pediu explicações a nove dos doze procuradores que assinaram ação de improbidade administrativa contra o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, por 'desestruturação dolosa' da política ambiental. O processo corre na 8ª Vara Federal de Brasília e pede o afastamento imediato de Salles do cargo.

O Tribunal de Contas da União (TCU) proibiu o governo Jair Bolsonaro de anunciar em sites e canais que exerçam atividades ilegais e também em mídias cujo conteúdo não se relacione com o objetivo das campanhas. A decisão cautelar foi tomada na sexta-feira (10) pelo ministro Vital do Rêgo.

Já o Ministério Público, junto ao Tribunal de Contas da União (MP-TCU), pedirá a abertura de uma investigação sobre o uso da cota parlamentar, abastecida com dinheiro público, para gerir canais monetizados no YouTube, com vídeos que arrecadam recursos de acordo com o número de visualizações. Deputados da base do governo e da oposição têm recorrido à prática, como mostrou o Estadão neste domingo (12).

A relação entre o Supremo Tribunal Federal (STF) e a ala militar pode ficar acirrada, após a afirmação de Gilmar Mendes. O ministro do STF disse que o Exército está se associando a um "genocídio", ao se referir à crise sanitária instalada no País em meio à pandemia de covid-19, agravada pela falta de um titular no Ministério da Saúde. Em resposta, o Ministério da Defesa disse que as Forças Armadas "atuam diretamente no combate ao novo coronavírus, por meio da Operação Covid-19".

Além da expectativa em relação à reunião da Opep+, investidores da Petrobras ainda avaliarão a notícia de que a estatal interromperá "preventivamente" o fornecimento de um lote de gasolina de aviação importada após testes apontarem "teor de compostos aromáticos diferentes" dos lotes comprados até então.

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