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Mercado está otimista com IOF zero em fundo imobiliário

A alteração da alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para investimento estrangeiro em fundos imobiliários (FIIs) trará impacto positivo para o mercado

A alteração contribui para o desenvolvimento dos fundos imobiliários brasileiros (Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 13 de junho de 2013 às 07h48.

São Paulo - A alteração da alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras ( IOF ) para investimento estrangeiro em fundos imobiliários (FIIs) comercializados em Bolsas de Valores trará impacto positivo para o mercado, na avaliação de gestores ouvidos pela Agência Estado.

A alíquota zero que passa a valer a partir desta quinta-feira, em substituição aos 6% aplicados anteriormente, deve levar a um aumento de produtos e sofisticação do segmento, segundo os especialistas.

O presidente da BB DTVM, Carlos Massaru, que também é vice-presidente da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima), comenta que a mudança traz sinais claros de atrair os estrangeiros, "que têm papel importante aqui no mercado".

"O investidor estrangeiro enxerga o IOF como um aspecto inibidor para enviar recursos de curtíssimo prazo. Então, sem dúvida alguma eles irão reagir a esta mudança. A forma com que o governo tem começado a tratar este assunto está bem coerente", diz.

Além disso, ele destaca que a alteração contribui para o desenvolvimento dos fundos imobiliários brasileiros. "Veremos uma ampliação deste segmento, como também um aumento do mercado secundário destes fundos", avalia. "Tanto em tamanho quanto em sofisticação, ainda temos um mercado pequeno. Com a presença do investidor estrangeiro, o desenvolvimento será induzido", afirma.

O vice-presidente da Mapfre Investimentos, Elíseo Viciana, concorda que a mudança é significativa. "O setor imobiliário é muito importante para o País, e os fundos são fundamentais para a diversificação do funding das empresas. É um incentivo bastante relevante para atrair capital", diz.


A Mapfre ainda não conta com FIIs em seu portfólio, mas, segundo Viciana, a gestora está avaliando a possibilidade de lançar algum. "É importante estarmos bem estruturados primeiro. Como temos um perfil mais conservador, temos de pensar bem o produto e contratar profissionais com know how específico, que possam avaliar os riscos", pondera.

De acordo com a Economatica, o Brasil conta hoje com 105 fundos imobiliários negociados na Bovespa. Em janeiro de 2003 eram apenas dois. O volume financeiro médio diário dos FIIs, negociado em um mês, bateu o recorde de R$ 26,95 milhões em janeiro deste ano, segundo a consultoria.

A diretora de negócios do Banco Máxima, Claudia Martinez, comenta que estes produtos têm atraído investidores por causa da rentabilidade e da isenção fiscal. "A curva de juros, combinada com a inflação mais alta, faz com que as pessoas busquem ativos palpáveis, que eles conhecem e têm mais familiaridade.

No caso dos FIIs, o rendimento, numa aplicação de 90 dias, varia de 95% a 103% do CDI, o que equivale a 110%, 120%, por causa da isenção tributária", explica a diretora da instituição especializada em fundos imobiliários.

Outro diretor do banco, Marcos Preto, comenta que as perspectivas ainda são muito positivas para a expansão da indústria de FIIs. "Não é à toa que estamos vendo este crescimento contínuo" diz, destacando que o Brasil tem um déficit de moradia de aproximadamente 8 milhões de unidades e que o momento de correção de preços imobiliários ainda existe.

"A quantidade de produtos não dobrou de um ano para outro, mas o volume deles mais do que triplicou. Creio que veremos um crescimento modesto da quantidade, mas estes fundos serão mais capitalizados, mais robustos", avalia.

Para ele, outros produtos lastreados a imóveis, como LCIs e CRIs, também tendem a aumentar. Ainda no primeiro semestre de 2013, o Banco Máxima deve lançar mais produtos, tanto fundos, quanto ativos com lastro imobiliário, segundo Preto.

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A alíquota zero que passa a valer a partir desta quinta-feira, em substituição aos 6% aplicados anteriormente, deve levar a um aumento de produtos e sofisticação do segmento, segundo os especialistas.

O presidente da BB DTVM, Carlos Massaru, que também é vice-presidente da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima), comenta que a mudança traz sinais claros de atrair os estrangeiros, "que têm papel importante aqui no mercado".

"O investidor estrangeiro enxerga o IOF como um aspecto inibidor para enviar recursos de curtíssimo prazo. Então, sem dúvida alguma eles irão reagir a esta mudança. A forma com que o governo tem começado a tratar este assunto está bem coerente", diz.

Além disso, ele destaca que a alteração contribui para o desenvolvimento dos fundos imobiliários brasileiros. "Veremos uma ampliação deste segmento, como também um aumento do mercado secundário destes fundos", avalia. "Tanto em tamanho quanto em sofisticação, ainda temos um mercado pequeno. Com a presença do investidor estrangeiro, o desenvolvimento será induzido", afirma.

O vice-presidente da Mapfre Investimentos, Elíseo Viciana, concorda que a mudança é significativa. "O setor imobiliário é muito importante para o País, e os fundos são fundamentais para a diversificação do funding das empresas. É um incentivo bastante relevante para atrair capital", diz.


A Mapfre ainda não conta com FIIs em seu portfólio, mas, segundo Viciana, a gestora está avaliando a possibilidade de lançar algum. "É importante estarmos bem estruturados primeiro. Como temos um perfil mais conservador, temos de pensar bem o produto e contratar profissionais com know how específico, que possam avaliar os riscos", pondera.

De acordo com a Economatica, o Brasil conta hoje com 105 fundos imobiliários negociados na Bovespa. Em janeiro de 2003 eram apenas dois. O volume financeiro médio diário dos FIIs, negociado em um mês, bateu o recorde de R$ 26,95 milhões em janeiro deste ano, segundo a consultoria.

A diretora de negócios do Banco Máxima, Claudia Martinez, comenta que estes produtos têm atraído investidores por causa da rentabilidade e da isenção fiscal. "A curva de juros, combinada com a inflação mais alta, faz com que as pessoas busquem ativos palpáveis, que eles conhecem e têm mais familiaridade.

No caso dos FIIs, o rendimento, numa aplicação de 90 dias, varia de 95% a 103% do CDI, o que equivale a 110%, 120%, por causa da isenção tributária", explica a diretora da instituição especializada em fundos imobiliários.

Outro diretor do banco, Marcos Preto, comenta que as perspectivas ainda são muito positivas para a expansão da indústria de FIIs. "Não é à toa que estamos vendo este crescimento contínuo" diz, destacando que o Brasil tem um déficit de moradia de aproximadamente 8 milhões de unidades e que o momento de correção de preços imobiliários ainda existe.

"A quantidade de produtos não dobrou de um ano para outro, mas o volume deles mais do que triplicou. Creio que veremos um crescimento modesto da quantidade, mas estes fundos serão mais capitalizados, mais robustos", avalia.

Para ele, outros produtos lastreados a imóveis, como LCIs e CRIs, também tendem a aumentar. Ainda no primeiro semestre de 2013, o Banco Máxima deve lançar mais produtos, tanto fundos, quanto ativos com lastro imobiliário, segundo Preto.

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