Câmbio: às 12h50, o dólar comercial operava cotado a R$ 1,9680 (-0,40%) (Dan Kitwood/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 5 de março de 2013 às 13h45.
São Paulo - A melhora do humor nos mercados internacionais, graças a dados econômicos favoráveis na Europa e a notícias mais animadoras vindas da China, deve tirar o impulso para ganhos do dólar ante o real nesta terça-feira.
Além disso, a expectativa é positiva para a divulgação do índice de atividade dos gerentes de compra (PMI, na sigla em inglês) do setor de serviços nos Estados Unidos em fevereiro.
Essa menor aversão a risco generalizada aumenta o apetite dos investidores por ações nas bolsas europeias e nos futuros de Nova York, ao mesmo tempo em que coloca o dólar mais fraco em relação ao euro, iene, e algumas moedas correlacionadas a commodities, como o dólar australiano e o dólar canadense.
"Apesar do descolamento que ocorreu ontem, o dólar deve continuar acompanhando hoje o cenário externo, podendo abrir perto da estabilidade, mas com tendência de depreciação", comentou um operador de câmbio na manhã desta terça-feira. Segundo ele, o investidor mantém ainda cautela, à espera do comunicado do Copom, a ser anunciado na reunião de quarta-feira.
Na segunda-feira, o dólar virou e passou a cair ante o real, influenciado, em parte, pela entrada de recursos financeiros corporativos, e também melhora nas bolsas em Nova York. A moeda negociada no balcão, à vista, fechou cotada a R$ 1,9760, em baixa de 0,30%.
Nos EUA, o índice de atividade do setor de serviços, divulgado nesta terça-feira, subiu a 56,0 em fevereiro, de 55,2 em janeiro.
Na China, o investidor se animou ao ouvir do primeiro-ministro, Wen Jiabao, que o país irá aumentar os gastos e a dívida pública para alcançar um crescimento ao redor de 7,5% neste ano, além de fortalecer os esforços para mudar a estrutura econômica. Essa notícia ofuscou o dado fraco do PMI HSBC do setor de serviços na China, que recuou para 52,1 em fevereiro, de 54,0 em janeiro.
Na Europa, as vendas no varejo da zona do euro cresceram 1,2% em janeiro, ante dezembro, superando a previsão de alta de 0,3%. Na comparação com janeiro de 2012, a atividade registrou queda de 1,3%, mas menor que o esperado (-2,9%). A alta nas vendas na margem foi a maior desde abril de 2011.
Outro dado da região, no entanto, o PMI composto da zona do euro, caiu para 47,9 em fevereiro, ante 48,6 em janeiro e previsão de 47,3, sinalizando uma contração mais forte no mês passado.
Na Alemanha, ainda que o PMI de serviços tenha recuado para 54,7 em fevereiro, de 55,7 em janeiro, essa desaceleração foi menor do que a esperada, de 54,1. Com isso, o PMI composto alemão passou de 54,4 para 53,3, o que ainda indica expansão da atividade, por estar acima de 50.
No Reino Unido, o PMI de serviços subiu para 51,8 em fevereiro, de 51,5 em janeiro, na maior alta desde setembro de 2012 e acima da previsão, de 51,0. Isso reduz a apostas de que o Banco Central da Inglaterra (BoE), possa sinalizar mais medidas de estímulos a caminho, na reunião de quinta-feira.
O dólar australiano ganhou força nesta terça-feira após Banco Central da Austrália (RBA) manter a taxa básica de juros inalterada em 3% ao ano, pelo segundo mês consecutivo, como era esperado. A justificativa do BC para a decisão foi a de que houve melhora modesta na economia e nas condições na Europa e China.
Às 12h50, o dólar comercial operava cotado a R$ 1,9680 (-0,40%).