Rede D'Or: rede de hospitais foi pioneira na ideia de oferecer todos os exames (Exame/Divulgação)
Editora de Finanças
Publicado em 13 de setembro de 2023 às 16h18.
Última atualização em 13 de setembro de 2023 às 16h49.
Com mais de 70 hospitais espalhados pelo Brasil, a Rede D’Or carrega o título de ser a maior rede independente de hospitais privados do país. A empresa, que tem 46 anos de história, tem valor de mercado estimado em R$ 67 bilhões. O negócio surgiu como Cardiolab, um centro de medicina diagnóstica no Rio de Janeiro que logo virou uma rede de laboratórios. À frente do negócio estava o cardiologista Jorge Moll.
O médico com alma de empreendedor enxergou na área da saúde um mar de oportunidade. Em 1994, o empresário comprou metade do Hotel D’Or, em Copacabana, visando construir um hospital no local. O Copa D’Or ficou pronto em 2000. O Barra D’Or foi inaugurado em 1998; em 2001 foi a vez do terceiro hospital da rede, o Quinta D’Or. “A ideia de todos os exames em um só lugar era uma inovação. E o início dos hospitais mudou a medicina privada no país. O conceito de hospitais de grande emergência na rede privada não existia”, afirma Paulo Moll, presidente da Rede D’Or, e um dos filhos do fundador.
Com três hospitais em pleno funcionamento, a Rede D’Or esperou ventos melhores para continuar a expansão. Dessa vez, a estratégia foi o crescimento fora do Rio de Janeiro. Em 2007, comprou os hospitais Esperança e São Marcos, em Pernambuco e, em São Paulo, o hospital São Luiz. No mesmo ano, vendeu a divisão de medicina diagnóstica à rede de laboratórios Fleury. “A empresa tem uma visão de longo prazo, controladores muito comprometidos. Foram anos reinvestindo os dividendos. Focados em inovação e crescimento. Isso nos diferenciou”, acrescenta Moll.
Em 2010, a Rede D’Or já tinha comprado 11 hospitais regionais de médio porte. Conseguir investimento era um desafio. Isso porque não era permitido investimento estrangeiro na saúde. Em 2015, a legislação mudou e a companhia foi a primeira beneficiada. A Rede D’Or recebeu aporte de dois fundos internacionais, o Carlyle e o GIC. Com o investimento de R$ 5 bilhões, a companhia fez mais quatro aquisições em 2016. “A possibilidade de investimento estrangeiro nos permitiu flexibilidade para financiar o negócio, o que antes, era um desafio grande de acesso ao capital”, acrescenta Moll. Foi neste ano, que a Rede D’Or ganhou pela primeira vez MELHORES E MAIORES, da EXAME.
Capitalizada, a Rede D’Or manteve a expansão nos anos de seguintes. Em 2016, lançou a bandeira Star, que tem como público-alvo as classes mais altas. Hoje, são cinco unidades espalhados por São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal. O sucesso da expansão da Rede D’Or é uma combinação de investimento com o modelo de gestão. Todas as atividades administrativas são centralizadas em uma unidade de serviços compartilhados e, com isso, os custos são diluídos. A escala possibilita melhorar o poder de negociação com fornecedores, fazendo que o custo de materiais e produtos seja menor.
Com todo esse diferencial, a Rede D’Or ganhou, em 2019, pela segunda vez o prêmio MELHORES E MAIORES, da EXAME. A companhia é a mais vitoriosa de um dos setores mais novos de MM: Saúde e Serviços de Saúde. Um ano antes, a companhia fez a primeira movimentação no mercado de capitais e levantou R$ 6,8 bilhões em emissões de papéis para continuar a financiar o seu crescimento. Em 2020, a Rede D’Or chegou de vez à bolsa e levantou R$ 11,39 bilhões em seu IPO (Oferta Pública Inicial). Na época, foi o terceiro maior da história do país.
No meio do caminho, a Rede D’Or enfrentou o período mais crítico: a pandemia de coronavírus. “Foi o nosso maior desafio. Começamos a monitorar os casos do norte da Itália e sabíamos que ia chegar aqui. Criamos um gabinete de crise e também focamos no nosso financeiro. Tínhamos um caixa robusto e por isso conseguimos tocar a parte financeira com tranquilidade.” Além do atendimento à pacientes, a empresa ajudou na construção de hospitais de campanha e na pesquisa e aprovação da vacina do coronavírus por meio do Instituto D'Or de Pesquisa e Ensino.
Moll conta com orgulho a atuação de todos os profissionais que se empenharam durante este período crítico. “O nosso reconhecimento é eterno aos médicos, enfermeiros e toda equipe de linha de frente. Tenho muito orgulho da equipe. Quero destacar a coragem deles em lidar com algo desconhecido.” Sobre o futuro, Moll segue otimista e a Rede D’Or planeja a expansão se novos hospitais, em cidades como Campinas e Guarulhos. A previsão é de mais 6 mil leitos até 2027.