Invest

Magalu: Com inflação e juros a todo vapor, 1º tri é prova de fogo

Primeiros três meses do ano ainda são pressionados pelo bolso mais apertado do consumidor e afetam consumo de itens de maior valor agregado; resultado são margens espremidas

Magalu: inflação e juros altos devem pressionar resultados mais uma vez (Leandro Fonseca/Exame)

Magalu: inflação e juros altos devem pressionar resultados mais uma vez (Leandro Fonseca/Exame)

KS

Karina Souza

Publicado em 16 de maio de 2022 às 06h15.

Última atualização em 16 de maio de 2022 às 08h52.

O Magazine Luiza (MGLU3) divulga nesta segunda-feira os resultados do primeiro trimestre de 2022, após o fechamento do mercado. O desafio segue o mesmo do fim do ano passado: inflação pesando no bolso do brasileiro, queda na renda e a Selic em alta. Essa combinação pressiona com vendas menores e ainda castiga despesa financeira e desconto de recebíveis.

Não perca as últimas tendências do mercado: assine a EXAME por menos de R$ 0,37 e receba notícias em primeira mão

Com todos esses fatores em jogo, a projeção do BTG Pactual para este trimestre é que a companhia tenha receita líquida de R$ 8,2 bilhões e Ebitda de R$ 375 milhões, com margem de 4,6%. Ou seja, uma perspectiva estável em receita, com uma piora de 8,4% no valor do Ebitda em comparação com o que foi apresentado pela companhia no mesmo período do ano passado.

Já o consenso da Bloomberg aponta números ligeiramente acima das estimativas do banco: R$ 9,1 bilhões de receita líquida e R$ 339 milhões de Ebitda. A exceção para baixo na comparação com o BTG é a margem ebitda, de 3,7%. 

“É muito difícil, especialmente em um ano eleitoral, entender quando isso vai parar, até onde a inflação pode chegar. Não é um comportamento só do Brasil, mas também temos visto impacto no exterior. Acreditamos que é um cenário que pode melhorar, olhando para as empresas, no fim de 2022 e principalmente em 2023”, diz Lívia Rodrigues, analista de Research da Ativa Investimentos.

Com todos esses fatores em jogo, a cautela dos investidores na bolsa brasileira em relação à empresa permanece. As ações do Magazine Luiza estão cotadas a R$ 4,36 nesta sexta-feira. Distantes da mínima do último ano, de R$ 3,70, mas um tombo de aproximadamente 80% em relação à máxima do mesmo período, de R$ 24,57.

Para o Itaú BBA, olhando para o ano todo, o valor justo das ações deve ficar em R$ 12 por papel. "Nós acreditamos que a companhia pode sofrer no momento por causa das categorias que são core business, mas acreditamos que a gestão, o foco em omnicanalidade e em serviços financeiros ainda traz muito valor para a consolidação do e-commerce no Brasil", afirmam os analistas, em relatório. A estratégia do Super App também é enfatizada, dentro do ecossistema digital e, somada ao potencial das lojas físicas, reforça a tese do banco de que a varejista pode ter vantagem competitiva significativa nos próximos anos. 

Por enquanto, em um esforço para contornar o cenário atual, a companhia lançou uma nova vertical de pagamentos, a Fintech Magalu. A empresa já nasce com dois produtos financeiros: um cartão de crédito para empresas e uma linha de empréstimo pessoal para pessoa física que pode ser contratada direto pelo app da Magalu. De acordo com a empresa, cerca de 10 milhões de clientes do Magalu já estão pré-aprovados para a concessão do empréstimo. Com dados de sobra a respeito dos consumidores, a expectativa é que a companhia consiga seguir o setor e ter o olho atento à gestão da inadimplência. 

Acompanhe tudo sobre:Magazine Luiza

Mais de Invest

Procon abre novo procedimento de fiscalização contra a Enel por falta de energia em SP

Luigi Mangione se declara inocente de acusações de assassinato no caso da morte de CEO nos EUA

BB Seguridade distribuirá R$ 7,1 bilhões em dividendos aos acionistas

Os destaques do mercado em 2024: criptomoedas, Inteligência Artificial e surpresas globais