Painel de cotações: S&P500 acumula alta de quase 14% no ano (Jesada Wongsa/Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 20 de agosto de 2023 às 10h04.
O índice mais famoso do mercado americano, o S&P 500, tem performado melhor que o esperado mesmo com as companhias do índice mostrando resultados mais fracos no segundo trimestre. O S&P 500 acumula ganhos de 13,83% no ano mesmo com a queda no mês de agosto de olho nos juros nos EUA e na economia chinesa.
Por outro lado, as companhias do índice parecem estar enfrentando desafios. A receita das empresas do S&P 500 que já divulgaram seus números desacelerou 5,3% na comparação anual segundo levantamento da Economatica. Já a margem líquida foi menor em 1,25 ponto percentual frente ao segundo trimestre do ano passado, chegando a 11,06%. O estudo analisou os dados das empresas que possuem peso atual no S&P 500, que já reportaram resultado do segundo trimestre de 2023 e que estão com ativos emitidos em bolsa desde o início de 2010.
Uma das explicações para o descompasso entre o desempenho das ações e o resultado das empresas é a proporção dos papéis que compõem o índice. Dos 500 papéis do S&P, 10 detém 36,5% do peso total do índice. São eles: Apple, Microsoft, Alphabet, Unitedhealth Group, JPMorgan, Johnson & Johnson, Exxon Mobil, Visa e P&G. “Apenas essa pequena porção de empresas é responsável por mais da metade da variação positiva observada no valor de mercado a partir do dia 30 de setembro de 2022”, informou o relatório do levantamento.
As gigantes de tecnologia já haviam sido apontadas pelo Bank of America como as responsáveis pelo S&P 500 estar caro. “São papéis que geraram retorno para o S&P 500 ao longo do ano, mas agora são negociados a 44x o valor do lucro por ação contra o restante do índice, que negocia a 17x”, afirmaram os analistas em relatório divulgado em julho.
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