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Kawall defende decisão da Bolsa de suspender pregão

Rio - O diretor de Relações com Investidores da BM&FBovespa, Carlos Kawall, defendeu a decisão da Bolsa ontem de interromper os negócios com ações para não trabalhar com demora no sistema de compra e venda de papéis, provocada por um defeito no software da plataforma Mega-Bolsa. "Ontem, a decisão de paralisar foi porque a lentidão […]

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h42.

Rio - O diretor de Relações com Investidores da BM&FBovespa, Carlos Kawall, defendeu a decisão da Bolsa ontem de interromper os negócios com ações para não trabalhar com demora no sistema de compra e venda de papéis, provocada por um defeito no software da plataforma Mega-Bolsa. "Ontem, a decisão de paralisar foi porque a lentidão poderia prejudicar algum investidor em detrimento de outro. Para que isso não acontecesse, a Bolsa decidiu parar". O pregão foi interrompido às 14h50 e retomado às 15h40. Não houve prorrogação e a sessão regular foi encerrada normalmente às 18 horas.

Para Kawall, "dizer que esse tipo de problema ocorre em outros sistemas não justifica". Ele lembrou que a BM&FBovespa já tem um acordo para desenvolvimento de nova plataforma de negociação com a maior bolsa do mundo, do CME Group, com sede em Chicago. "Nossa ação é atuar com investimentos para que esses problemas não ocorram e, se ocorrerem, tomar as melhores decisões", afirmou.

O diretor contou que o projeto que será lançado no dia 25 de março para criar um centro financeiro da América Latina no eixo São Paulo-Rio, chamado de projeto Ômega ou Brain (de Brasil Investimentos), inclui o mapeamento de problemas de infraestrutura que devem ser enfrentados, incluindo comunicações, energia e transportes, além de outros como os relacionados à tributação, tecnologia e aprendizagem de línguas estrangeiras.

O projeto é uma parceria da BM&F, com a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) e a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) e já vem sendo negociado há algum tempo com várias partes do governo tais como a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o Banco Central e o Ministério da Fazenda. "Há uma descrição do que a proposta não é. Não é não pagar imposto. Não é liberalização cambial, paraíso fiscal ou permissão para alta alavancagem. Não é Dubai, nem Ilhas Cayman. O Brasil tem o benefício de ser bem regulado e queremos aproveitar isso", disse Kawall.

Acordo

A associação da BM&FBovespa com a maior bolsa do mundo - a do CME Group, com sede em Chicago - funcionará só para facilitar o investimento de lá para o Brasil, mas não no sentido inverso, como se pensava inicialmente. "A parte da parceria que era para o investidor brasileiro investir na Bolsa de Chicago não decolou. Não se consegue viabilizar que o investidor brasileiro negocie futuro lá pela BM&FBovespa por causa da barreira tributária", disse Kawall.

A BM&FBovespa e o CME Group estão desenvolvendo uma plataforma comum para vários tipos de ativos, incluindo derivativos, ações e renda fixa. O CME Group foi formado a partir da fusão da Bolsa Mercantil de Chicago (CME) com a Chicago Board of Trade (CBOT) e a Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex). A maior bolsa do mundo não negocia apenas derivativos (como contratos futuros de produtos agrícolas e ativos financeiros).

Para os investimentos no sentido Hemisfério Norte-Sul, a questão tributária também é uma dificuldade, embora não inviabilize os negócios, segundo Kawall. Ele se referiu ao Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre investimentos estrangeiros no Brasil. De acordo com Kawall, que foi secretário do Tesouro Nacional, a tributação é a principal dificuldade ainda para os derivativos de agronegócio no Brasil. Ele participou hoje de evento da Apimec na Bolsa do Rio.

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