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Justiça confirma sentença de ex-corretor Jerôme Kerviel

O ex-corredor foi condenado a três anos de prisão por operações especulativas


	O ex-corretor da bolsa Jerôme Kerviel: o tribunal suspendeu a multa de 4,9 bilhões de euros 
 (GABRIEL BOUYS/AFP)

O ex-corretor da bolsa Jerôme Kerviel: o tribunal suspendeu a multa de 4,9 bilhões de euros  (GABRIEL BOUYS/AFP)

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Da Redação

Publicado em 20 de março de 2014 às 11h42.

Paris - A justiça francesa confirmou nesta quarta-feira a pena de três anos de prisão para o ex-corretor da bolsa Jerôme Kerviel por operações especulativas que resultaram em quase 5 bilhões de euros de perdas ao banco Société Générale.

O Tribunal de Cassação se absteve, no entanto, de ratificar a multa de 4,9 bilhões de euros (7 bilhões de dólares) imposta a Kerviel e deixou o caso nas mãos de um tribunal de apelação de Versalhes, perto de Paris.

Este julgamento civil será "o maior julgamento do Société Générale", comentou à imprensa Patrice Spinosi, um dos advogados do ex-corretor, que se converteu em 2008 no símbolo dos excessos dos mercados.

"Trata-se de uma vitória" para Jérôme Kerviel, acrescentou seu outro advogado de defesa, David Kouvi.

Sobre a condenação definitiva de seu cliente à prisão, Spinosi considerou que "é, no mínimo, surpreendente que Jérôme Kerviel esteja sendo enviado à prisão quando a existência de falhas significativas por parte de seu empregador e as consequências destas falhas tenham acabado de ser reconhecidas como um fator no caso", disse Spinosi.

"A pena hoje é executória, vamos entrar em contato o quanto antes com a promotoria" para saber quando e como Jérôme Kerviel deverá cumprir sua condenação, explicou o advogado.

Mais de seis anos depois dos incidentes, Kerviel, de 37 anos, acusado pelo Société Générale de ter provocado perdas de quase 5 bilhões de euros em 2008, segue alegando sua inocência e acusa seu antigo empregador de ter mentido sobre suas próprias responsabilidades no caso.

Ele é acusado de ter realizado em 2007 e 2008 operações especulativas nos mercados de risco, alcançando às vezes dezenas de bilhões de euros, e de ter burlado os controles de operações fictícias, produzido falsas escrituras e aplicado mentiras reiteradas. Mas ele sempre alegou que seu único objetivo era fazer o banco ganhar dinheiro e que seus superiores hierárquicos apoiavam seus métodos.

Está previsto que Kerviel, que já passou 37 dias em prisão preventiva, volte a ser preso em breve.

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