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Juros ignoram números do governo central e focam equipe

Taxas de juros, sobretudo no longo prazo, terminaram em baixa, enquanto, nas curtas, o mercado mirou o próximo encontro do Copom e isso levou as taxas para cima


	Bovespa: ao término da negociação regular, taxa do DI para janeiro de 2015 marcava 11,429%
 (Germano Lüders/EXAME)

Bovespa: ao término da negociação regular, taxa do DI para janeiro de 2015 marcava 11,429% (Germano Lüders/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 26 de novembro de 2014 às 16h33.

São Paulo - O mercado está de olho na confirmação da nova equipe econômica e, nesta quarta-feira, 26, nem o resultado abaixo da medida do superávit do governo central nem o adiamento da votação do projeto que altera a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) tiraram o foco dos investidores.

Assim, as taxas de juros, sobretudo no longo prazo, terminaram em baixa, enquanto, nas curtas, o mercado mirou o próximo encontro do Copom e isso levou as taxas para cima.

Ao término da negociação regular na BM&FBovespa, a taxa do DI para janeiro de 2015 (243.180 contratos) marcava 11,429%, de 11,385% no ajuste anterior.

O juro para janeiro de 2016 (187.215 contratos) indicava 12,34%, de 12,30% na véspera.

O DI para janeiro de 2017 (190.930 contratos) apontava 12,10%, de 12,17% no ajuste anterior. E o DI para janeiro de 2021 (201.805 contratos) tinha taxa de 11,65%, de 11,80% ontem.

O mercado está na expectativa da nova equipe e o ministro da Comunicação Social, Thomas Traumann, informou que isso acontecerá amanhã.

O mercado espera que Joaquim Levy vá para a Fazenda e Nelson Barbosa para o Planejamento, enquanto Alexandre Tombini seguirá no Banco Central.

O adiamento da votação do projeto da LDO deste ano, que permitirá o não cumprimento da meta de superávit fiscal, acabou não interferindo nos DIs.

Depois de um bate-boca no plenário do Congresso, o presidente da Casa, Renan Calheiros, encerrou a sessão e a votação agora deve ocorrer só na semana que vem.

Até então, o mercado previa que a confirmação da equipe econômica só ocorreria após a aprovação da LDO, mas a base governista "cochilou" e agora o anúncio sairá sem isso.

Os DIs também não reagiram aos números do governo central do mês passado.

O resultado do Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência no mês passado foi um superávit primário de R$ 4,1 bilhões, ante +R$ 5 bilhões na mediana do mercado.

Mesmo tendo sido muito melhor que o déficit de R$ 20,399 bilhões de setembro, foi o pior mês de outubro desde 2002.

Para o ano, segue a previsão de superávit de R$ 10,1 bilhões previsto, número que o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, considera compatível.

No ano até outubro, entretanto, o resultado está negativo em R$ 11,577 bilhões. E Augustin admitiu que o efeito dinâmico esperado para a receita não está ocorrendo.

E informou que a previsão de ingresso de dividendos em 2014 caiu de R$ 25,4 bilhões para R$ 18,539 bilhões.

Sobre os dados do governo central, destaque para o aumento das despesas com seguro-desemprego e abono salarial em 109,4% em outubro em relação ao mesmo mês de 2013, para R$ 7,463 bilhões.

É justamente nessas despesas que o governo deve focar medidas de contenção.

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