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Juros fecham em alta com incerteza fiscal e fator técnico

No fim da sessão regular, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2019 encerrou com taxa de 6,795%

B3: taxas de juros futuras fecharam em alta moderada (Patricia Monteiro/Bloomberg)

B3: taxas de juros futuras fecharam em alta moderada (Patricia Monteiro/Bloomberg)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 5 de janeiro de 2018 às 17h40.

São Paulo - Os principais contratos de juros futuros seguiram levemente pressionados ao longo da tarde desta sexta-feira, 5, destoando da melhora do comportamento do câmbio e das ações, e as taxas fecharam em alta moderada.

A trajetória, segundo profissionais da área de renda fixa, foi determinada sobretudo por fatores internos, com destaque para as preocupações com o impacto da possível mudança da regra de ouro do Orçamento.

Além disso, a curva continuou refletindo o efeito do leilão de títulos prefixados do Tesouro na quinta-feira, quando foram vendidos 3,750 milhões de Notas do Tesouro Nacional - Série F (NTN-F).

No fim da sessão regular, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2019 encerrou com taxa de 6,795%, de 6,770% no ajuste de quinta, e a taxa do DI para janeiro de 2020 subiu de 7,93% para 7,99%. A taxa do DI para janeiro de 2021 avançou de 8,83% para 8,89% e a taxa do DI para janeiro de 2023 encerrou em 9,79%, de 9,76%.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), confirmou a intenção do governo de apresentar Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que flexibiliza a chamada regra de ouro, conforme antecipou o Broadcast (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado).

A regra, prevista na Constituição, impede o governo de emitir dívida para pagar despesas de custeio. Desde 2017, essa regra corre o risco de não ser cumprida e o maior perigo de descumprimento é em 2019, quando se inicia o próximo governo.

Segundo o deputado Pedro Paulo (MDB-RJ), a proposta em discussão prevê aplicar uma regra de "waiver", uma espécie de carência para dar liberdade ao governo de não cumprir a regra de ouro por alguns anos.

"É uma sinalização muito ruim para as agências de classificação de risco", afirmou o estrategista-chefe da Coinvalores, Paulo Nepomuceno.

Um gestor afirma que o mercado continuou nesta sexta sentido o impacto do leilão de NTN-F 2029, que teve volume expressivo (3 milhões) de papéis.

"O leilão de pré ontem foi grande e o mercado foi com tudo em cima de um papel muito longo. Talvez não tivesse tanto apetite para isso", afirmou.

Nos demais ativos, às 16h49, o dólar à vista cedia 0,05%, aos R$ 3,2327, e o Ibovespa avançava 0,32%, aos 78.899,152 pontos.

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