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Juros: DI despenca com aumento das apostas em corte da Selic

Ajuste fiscal anunciado pelo governo aumentou a expectativa de diminuição da taxa de juros

Analistas gostaram do ajuste fiscal anunciado por Mantega (Elza Fiuza/ABr)

Analistas gostaram do ajuste fiscal anunciado por Mantega (Elza Fiuza/ABr)

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Da Redação

Publicado em 29 de agosto de 2011 às 15h42.

São Paulo - Os juros nos mercados futuros caem com o mercado ampliando as apostas em corte da Selic na reunião do Comitê de Política Monetária desta semana. O ajuste fiscal mais elevado reforçou as especulações de um alívio da política monetária.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro de janeiro de 2013 caía 10 pontos-base, para 11,09 por cento, às 15:22, após recuar até 19 pontos na mínima. A taxa de janeiro de 2017 caía 30 pontos, para 11,15 por cento, após despencar até 42 pontos, na mínima do dia.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse hoje que o governo decidiu elevar o superávit primário de 2011 de R$ 81,7 bilhões para R$ 91 bilhões. O aumento não será feito à base de corte de gastos, disse o ministro a jornalistas em Brasília. Segundo ele, o governo vai impedir o crescimento dos gastos correntes. “Queremos, desta vez, estar mais preparados do que em 2008, para essa recessão internacional que se avizinha”.

“É uma boa medida, ajuda no combate da inflação. Seria mais recomendado se fosse implementado não apenas neste ano”, disse Jankiel Santos, economista do Banco Espírito Santo de Investimentos, em entrevista por telefone de São Paulo. “Parece que vai ser mais na forma de não aumentar gastos que um corte fiscal”, disse.

A elevação da meta de superávit primário do governo abre espaço para cortes de juros para quando o Banco Central julgar necessário, disse Mantega. O ministro disse também que não vê necessidade de estímulos agora.

“Se o Brasil avançar em uma agenda fiscal, o País terá mais espaço para reduzir juros”, disse Ures Folchini, chefe de renda fixa do Banco WestLB SA, em entrevista por telefone de São Paulo.

Os economistas reduziram suas projeções para o crescimento da economia brasileira em 2011 pela quarta semana consecutiva diante dos sinais de desaceleração no País. As projeções dos economistas para o Produto Interno Bruto deste ano passaram para 3,79 por cento em relação aos 3,84 por cento da semana anterior, segundo a projeção mediana de cerca de 100 economistas ouvidos pelo Banco Central em 26 de agosto em pesquisa publicada hoje. Os economistas também cortaram suas estimativas para o PIB de 2012, de 4 por cento, para 3,9 por cento.

Os economistas mantiveram em 5,2 por cento suas projeções para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo em 2012. As estimativas para o IPCA deste ano subiram de 6,28 por cento na pesquisa anterior para 6,31 por cento agora, segundo o levantamento do BC. O mercado reduziu sua previsão para a taxa Selic no final de 2012, de 12,50 por cento para 12,38 por cento.

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