Juros cedem e indicam chance maior de Selic cair 0,5pp
A corrente dos que acreditam em um novo corte de 0,5 ponto porcentual da Selic, em maio, ganhou novos adeptos
Da Redação
Publicado em 27 de abril de 2012 às 17h34.
São Paulo - Os investidores em juros futuros continuaram repercutindo a ata da última decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) e, com isso, deixaram de lado a piora de alguns indicadores de inflação conhecidos nesta sexta-feira. A corrente dos que acreditam em um novo corte de 0,5 ponto porcentual da Selic, em maio, ganhou adeptos, sobretudo devido à leitura de que a presidente Dilma Rousseff está determinada a buscar novos patamares para as taxas de juros, além de garantir um certo nível de crescimento econômico. Nem mesmo o superávit do setor público consolidado um pouco abaixo do esperado e a pequena valorização de alguns ativos no exterior conseguiram adicionar prêmios à curva a termo de juros.
Assim, ao término da negociação normal na BM&F, o DI janeiro de 2013 (859.100 contratos) estava em 8,26%, de 8,35% na véspera. O DI de janeiro de 2014, com giro de 231.545 contratos, cedia para 8,72%, de 8,81% no ajuste. Entre os vencimentos de longo prazo, o DI janeiro de 2017 (58.215 contratos) indicava 10,00%, de 10,04% ontem, enquanto o DI de janeiro de 2021 (5.140 contratos) recuava para 10,54%, de 10,56% no ajuste.
Hoje, a FGV informou que o IGP-M de abril acelerou para 0,85%, quase o dobro da variação de 0,43% em março. O dado superou a mediana de 0,75% calculada pelo AE Projeções. O Índice de Preços ao Produtor (IPP) também se acelerou, ao subir 1,05% em março, de um nível revisado para -0,42% em fevereiro. "O IGP-M não fez preço. O mercado está vendo que o BC está determinado a levar a Selic à mínima histórica e é isso que está dando um viés de baixa da curva de juros desde a abertura", analisou o estrategista-chefe do Banco WestLB no Brasil, Luciano Rostagno. "É uma questão de prioridade. A gente vê que o governo está priorizando o crescimento em detrimento da inflação", prosseguiu.
Também por aqui, o Banco Central anunciou que o superávit primário do setor público em março foi de R$ 10,442 bilhões, abaixo da mediana de R$ 12 bilhões encontrada pelo AE Projeções. Nos três primeiros meses do ano, porém, o governo já cumpriu 32,9% da meta de superávit fixada para 2012, de R$ 139,8 bilhões.
Lá fora, a despeito de o PIB norte-americano ter indicado crescimento de 2,2% no primeiro trimestre, ante projeções de alta de 2,6%, prevaleceu o sinal positivo, uma vez que tal resultado amplia as expectativas sobre novas medidas de ajuda por parte do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano).
E nem mesmo as notícias ruins vindas da Espanha abalaram o relativo otimismo. Ontem, no fim da noite, a agência de classificação de risco Standard & Poor's rebaixou o rating de crédito soberano de longo prazo da Espanha de A para BBB+ e o rating de curto prazo de A-1 para A-2, os dois com perspectiva negativa. No começo desta sexta-feira, o governo informou que o índice de desemprego espanhol subiu para 24,44% no primeiro trimestre deste ano, ante 22,85% no quarto trimestre de 2011.
São Paulo - Os investidores em juros futuros continuaram repercutindo a ata da última decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) e, com isso, deixaram de lado a piora de alguns indicadores de inflação conhecidos nesta sexta-feira. A corrente dos que acreditam em um novo corte de 0,5 ponto porcentual da Selic, em maio, ganhou adeptos, sobretudo devido à leitura de que a presidente Dilma Rousseff está determinada a buscar novos patamares para as taxas de juros, além de garantir um certo nível de crescimento econômico. Nem mesmo o superávit do setor público consolidado um pouco abaixo do esperado e a pequena valorização de alguns ativos no exterior conseguiram adicionar prêmios à curva a termo de juros.
Assim, ao término da negociação normal na BM&F, o DI janeiro de 2013 (859.100 contratos) estava em 8,26%, de 8,35% na véspera. O DI de janeiro de 2014, com giro de 231.545 contratos, cedia para 8,72%, de 8,81% no ajuste. Entre os vencimentos de longo prazo, o DI janeiro de 2017 (58.215 contratos) indicava 10,00%, de 10,04% ontem, enquanto o DI de janeiro de 2021 (5.140 contratos) recuava para 10,54%, de 10,56% no ajuste.
Hoje, a FGV informou que o IGP-M de abril acelerou para 0,85%, quase o dobro da variação de 0,43% em março. O dado superou a mediana de 0,75% calculada pelo AE Projeções. O Índice de Preços ao Produtor (IPP) também se acelerou, ao subir 1,05% em março, de um nível revisado para -0,42% em fevereiro. "O IGP-M não fez preço. O mercado está vendo que o BC está determinado a levar a Selic à mínima histórica e é isso que está dando um viés de baixa da curva de juros desde a abertura", analisou o estrategista-chefe do Banco WestLB no Brasil, Luciano Rostagno. "É uma questão de prioridade. A gente vê que o governo está priorizando o crescimento em detrimento da inflação", prosseguiu.
Também por aqui, o Banco Central anunciou que o superávit primário do setor público em março foi de R$ 10,442 bilhões, abaixo da mediana de R$ 12 bilhões encontrada pelo AE Projeções. Nos três primeiros meses do ano, porém, o governo já cumpriu 32,9% da meta de superávit fixada para 2012, de R$ 139,8 bilhões.
Lá fora, a despeito de o PIB norte-americano ter indicado crescimento de 2,2% no primeiro trimestre, ante projeções de alta de 2,6%, prevaleceu o sinal positivo, uma vez que tal resultado amplia as expectativas sobre novas medidas de ajuda por parte do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano).
E nem mesmo as notícias ruins vindas da Espanha abalaram o relativo otimismo. Ontem, no fim da noite, a agência de classificação de risco Standard & Poor's rebaixou o rating de crédito soberano de longo prazo da Espanha de A para BBB+ e o rating de curto prazo de A-1 para A-2, os dois com perspectiva negativa. No começo desta sexta-feira, o governo informou que o índice de desemprego espanhol subiu para 24,44% no primeiro trimestre deste ano, ante 22,85% no quarto trimestre de 2011.