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Juro curto avança com exterior e ajustes antes de Copom

As taxas dos contratos com prazos mais curtos subiram em meio a comentários afirmando que a presidente considera uma Selic maior com a piora da inflação


	Bovespa: a taxa do juro com vencimento em julho encerrou a negociação marcando 7,24%, ante 7,20% do ajuste
 (Divulgação/Facebook/BM&FBov)

Bovespa: a taxa do juro com vencimento em julho encerrou a negociação marcando 7,24%, ante 7,20% do ajuste (Divulgação/Facebook/BM&FBov)

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Da Redação

Publicado em 5 de março de 2013 às 17h42.

São Paulo - Os investidores aproveitaram a véspera da decisão de política monetária do Copom para ajustar posições, em meio às dúvidas sobre os próximos passos do Banco Central. Vários rumores circularam pelas mesas de operação, o que mexeu com as taxas na curva a termo.

Comentários de que a presidente Dilma Rousseff consideraria a possibilidade de uma Selic mais alta, caso a inflação piore, aliados ao otimismo no exterior, fizeram as taxas dos contratos futuros de juros com prazos mais curtos avançarem nesta terça-feira. O movimento representou uma recomposição de parte das apostas de que o Comitê de Política Monetária (Copom) pode, de fato, elevar a Selic a partir de abril. Já as taxas mais longas fecharam em baixa.

No fim do dia, a taxa do contrato futuro de juros com vencimento em julho de 2013 (443.290 contratos) marcava 7,24%, ante 7,20% do ajuste na segunda-feira. O contrato para janeiro de 2014 (577.880 contratos) tinha taxa de 7,67%, ante 7,64%, enquanto o DI para janeiro de 2015 (210.245 contratos) indicava 8,33% - a mesma taxa do ajuste da véspera.

Entre os vencimentos mais longos, o movimento foi diferente. "Se ocorre alta da taxa nos vencimentos curtos, por conta da expectativa com a elevação da Selic, é de se esperar que as taxas longas caiam um pouco", comentou um profissional. A taxa do contrato futuro para janeiro de 2017 (92.030 contratos) estava em 8,98%, ante 9,03%, enquanto o DI para janeiro de 2021 (21.860 contratos) marcava 9,45%, ante 9,55% na segunda-feira.

Pela manhã, comentários que circularam pelas mesas de que a presidente Dilma Rousseff teria dado carta branca para que o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, eleve a Selic quando necessário, tendo em vista o avanço da inflação, dispararam um movimento de alta das taxas dos contratos mais curtos. "Quando sai alguma coisa perto da reunião, isso sempre mexe um pouco com os juros", lembrou um operador de renda fixa.

O mesmo profissional citou que, no fim da semana passada, houve recuos consistentes nos prêmios da curva a termo. "O pessoal se ajusta um pouco antes do Copom, devolve um pouco (a queda anterior das taxas), diminui posição. Isso é normal", acrescentou.

O estrategista-chefe do Banco WestLB do Brasil, Luciano Rostagno, afirmou que o movimento elevou as apostas de alta da Selic a partir de abril. Segundo cálculo feito por ele, a curva de juros precificava no fim desta tarde 20 pontos-base de alta em abril, mais quatro altas de 25 pontos-base. Na prática, isso indica que há dúvidas sobre a decisão do Copom em abril, embora prevaleça as apostas de que a autoridade monetária vai aumentar a Selic. Para a reunião desta semana, porém, é praticamente unânime as apostas na manutenção do juro básico, e as dúvidas recaem sobre o teor do comunicado e da ata a serem divulgados posteriormente.

Os negócios com juros no Brasil também foram influenciados pelo exterior, onde indicadores positivos dos Estados Unidos e da zona do euro conduziram a busca por ativos de maior risco, como as ações. "O avanço da atividade lá fora ajudaria os países, haveria uma transmissão para economias como a do Brasil. E a recuperação da economia brasileira adicionaria um cenário maior de inflação, que levaria à alta de juros", comentou Maurício Nakahodo, consultor de pesquisas econômicas do Banco de Tokyo-Mitsubishi UFJ.

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