Os contratos indicam que a taxa Selic poderá cair mais 1 ponto percentual até novembro (Stock Exchange)
Da Redação
Publicado em 13 de junho de 2012 às 13h36.
São Paulo - Os juros nos mercados futuros caíram para novas mínimas nos contratos mais negociados com o receio de agravamento da crise externa estimulando apostas em um corte mais intenso da taxa básica pelo Banco Central.
A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro de janeiro de 2014, hoje o mais negociado, caía 1 ponto-base, para 8,03 por cento, às 12:39, após atingir nova mínima histórica de 8,00 por cento. Os contratos indicam que a taxa Selic poderá cair mais 1 ponto percentual até novembro, segundo dados compilados pela Bloomberg. O dólar opera em baixa contra o real. As bolsas de Frankfurt e Paris recuam após Itália e Alemanha pagarem juros maiores em leilões de títulos e depois de dado mostrar queda das vendas no varejo nos Estados Unidos.
“No curto prazo, está aumentando a chance de a Selic cair abaixo de 8 por cento, chegando a 7 ou 7,5 por cento.”, disse Vladimir Caramaschi, estrategista-chefe do Crédit Agricole Brasil DTVM, em entrevista por telefone de São Paulo. “Caso a economia se recupere a partir do segundo semestre, o BC poderá reverter a baixa dos juros.”
Há espaço para os juros continuarem caindo e não há nenhuma necessidade de alterar a meta fiscal, disse o ministro Guido Mantega, em entrevista ao jornal O Globo de hoje.
O governo poderá retirar o Imposto sobre Operações Financeiras dos empréstimos externos com prazo inferior a cinco anos como a primeira entre as medidas a serem adotadas caso a crise externa piore, disse o ministro ao jornal. O governo pretende que o dólar permaneça no atual patamar e não deseja volatilidade para o câmbio, segundo O Globo. Atualmente, o câmbio “está numa situação favorável”, disse o ministro.
O Banco Bradesco SA cortou sua projeção para a taxa básica de juros este ano de 8 por cento para 7,5 por cento, que ocorreria por meio de mais dois cortes de 50 pontos-base cada um, segundo relatório divulgado hoje pelo banco por e-mail e assinado pelo economista-chefe, Octavio de Barros.