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JPMorgan expande negócios em renda fixa no Brasil

O banco de Nova York está disputando com os maiores bancos do Brasil uma fatia do crescente mercado doméstico de títulos

JP Morgan: mercado local de títulos no Brasil continuará a crescer, à medida que as taxas de juros em recorde de baixa empurram os investidores para diversificar (©afp.com / Spencer Platt/AFP)

JP Morgan: mercado local de títulos no Brasil continuará a crescer, à medida que as taxas de juros em recorde de baixa empurram os investidores para diversificar (©afp.com / Spencer Platt/AFP)

Karla Mamona

Karla Mamona

Publicado em 23 de setembro de 2019 às 13h00.

Última atualização em 23 de setembro de 2019 às 17h37.

(Bloomberg) -- O JPMorgan Chase está expandindo seus negócios de renda fixa no Brasil para incluir títulos locais à medida que as emissões atingem recorde em meio às taxas de juros mais baixas da história e ao otimismo com as reformas econômicas do governo Bolsonaro.

O banco começou a trabalhar com clientes corporativos no início deste ano para administrar suas emissões de títulos denominados em reais, de acordo com Lucianna Lorenzo, diretora de mercado de capitais de dívida internacional e local no JPMorgan no Brasil.

“O mercado local de títulos no Brasil continuará a crescer, à medida que as taxas de juros em recorde de baixa empurram os investidores para diversificar e procurar oportunidades na dívida corporativa local”, disse Lorenzo em entrevista em São Paulo. Ela acrescentou que há muito espaço para crescimento, com os títulos corporativos locais representando apenas 5% dos ativos dos fundos locais de renda fixa sob administração.

O banco de Nova York está disputando com os maiores bancos do Brasil uma fatia do crescente mercado doméstico de títulos. O Banco Itaú BBA e o Banco Bradesco são os principais subscritores classificados em 2019, segundo dados compilados pela Bloomberg. Os outros principais bancos estrangeiros no mercado são o Santander, seguido pelo Citigroup, BNP Paribas e Goldman Sachs.

A emissão local de títulos aumentou 8% no acumulado do ano, atingindo um nível histórico de R$ 119 bilhões, de acordo com dados compilados pela Bloomberg. O aumento foi impulsionado pelo movimento das empresas para tomar empréstimos mais baratos no Brasil do que nos mercados internacionais.

Há espaço para mais bancos participarem das emissões de títulos locais porque o mercado potencial é muito grande, disse Lorenzo.

“Há um apetite crescente por ativos brasileiros de alta qualidade”, disse ela, acrescentando que a aprovação da reforma da Previdência com um bom volume de economia aumentou a confiança.

Grande parte do entusiasmo pelo Brasil decorre da vitória de Bolsonaro nas eleições presidenciais do ano passado. Além da reforma da Previdência, o governo pretende fazer uma reforma tributária e privatizar ativos do Estado.

O JPMorgan tem atuado em grandes transações brasileiras nos últimos anos, como a aquisição da Eletropaulo pela Enel, entre outros negócios na área de financiamento de aquisições.

“Os nomes mais sólidos do Brasil são nossos clientes”, disse Lorenzo. “Muitas dessas empresas geram a maioria de suas receitas em reais e não devem arcar com os custos de hedge quando procuram capital para refinanciar dívidas, financiar projetos de crescimento ou pagar por aquisições”.

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