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JBS desaba com nova operação da PF e aumento do cerco do governo

A operação foi deflagrada na manhã desta sexta-feira e investiga ganhos que o grupo teve no mercado com delações

(Ueslei Marcelino/Reuters)

Rita Azevedo

Publicado em 9 de junho de 2017 às 11h05.

Última atualização em 9 de junho de 2017 às 16h25.

São Paulo —  As ações da JBS caem nesta sexta-feira, depois que a Polícia Federal deflagrou uma operação contra as companhias dos irmãos Batista. No dia, os papéis chegaram a cair 5,75%, negociados a 7,05 reais cada um, na mínima do dia.

A operação, batizada de Tendão de Aquiles, foi realizada em colaboração com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e visa apurar se os donos da J&F obtiveram lucros com a compra de dólares e a venda de ações logo após a divulgação de detalhes da delação premiada de Joesley Batista. Atualmente, há 13 processos e inquéritos contra a JBS na CVM.

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A busca ocorreu, em especial, na sala da Tesouraria, onde funcionários fazem monitoramento de ações e dólar.

Relembre

No último dia 18 de maio, foi divulgado o conteúdo de um diálogo gravado entre Joesley e Michel Temer. Na conversa, o dono do frigorífico fala sobre o pagamento de propina ao ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha.

A notícia eclodiu uma crise política e balançou o mercado. No dia seguinte, as ações da JBS caíram mais de 25% e o dólar disparou 8%.

Em depoimento à Justiça, Joesley acusou diversos políticos de recebimento de propina edocumentou a entrega de R$ 500 mil em uma mala ao deputado Rocha Loures, preso posteriormente.

Reação

De acordo com o jornal O Globo, o governo articula uma forte reação contra o frigorífico dos Batista. A orientação do Planalto seria atuar na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que analisa a conduta da empresa na compra de dólares e ações, na cobrança de dívidas do INSS  e na revisão dos negócios com o BNDES, que tem uma participação na companhia. Além disso, bancos públicos suspenderam novos empréstimos para o grupo J&F, da qual a JBS faz parte.

Nesta semana, a J&F se reuniu com os principais credores para garantir a liquidez da companhia. Segundo a Bloomberg, a empresa se comprometeu a acelerar a venda de ativos e utilizar os papéis da empresa como colateral em empréstimos. As fontes da reportagem, no entanto, não especificaram quais ativos serão colocados à venda.

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