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Da Redação
Publicado em 22 de novembro de 2012 às 08h18.
São Paulo - Os investidores brasileiros estão começando a sacrificar liquidez em troca de maiores retornos. A tendência aparece na migração de recursos dos certificados de depósito bancário para letras de crédito imobiliário.
O volume em circulação das chamadas LCIs, usadas pelos bancos para financiar hipotecas, cresceu 37 por cento em um ano, para R$ 60,7 bilhões em outubro, comparado a uma queda de 0,8 por cento, para R$ 670,3 bilhões, dos Certificados de Depósitos Bancários, de acordo com dados da Cetip SA - Mercados Organizados.
As LCIs de dois anos rendem até 7,46 por cento, comparadas a uma taxa ajustada de 6,9 por cento do CDBs. Nos Estados Unidos, os certificados de depósitos de dois anos rendem 0,87 por cento, de acordo com o Banrate.com.
O Banco do Brasil SA, maior banco da América Latina em ativos, prevê que clientes que detêm atualmente 2 por cento de seus CDBs irão migrar para Letras de Crédito Imobiliário em um ano, segundo o vice-presidente de finanças do banco, Ivan Monteiro.
A estratégia do Banco Central de cortar a taxa básica de juros em 5,25 pontos percentuais desde agosto de 2011, para 7,25 por cento, como forma de estimular o crescimento da economia, reduziu o retorno dos CDBs e estimulou o crescimento do mercado imobiliário com financiamentos habitacionais mais baratos.
“Pela indústria estar crescendo bastante, do crédito imobiliário estar crescendo bastante, você está tendo um cenário propício para o crescimento da LCI no País” disse Octávio de Lazari Júnior, presidente da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança, a Abecip, e também diretor adjunto do Banco Bradesco SA.