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Ibovespa volta aos 53 mil pts com cenário eleitoral

investidores consideram maiores chances de reeleição da presidente Dilma Rousseff, e índice caminha para um declínio de cerca 12% no mês


	Bovespa: às 11h31, o Ibovespa caía 1,34%, a 53.895 pontos, trabalhando em níveis registrados em julho
 (Luciana Cavalcanti/Você S.A.)

Bovespa: às 11h31, o Ibovespa caía 1,34%, a 53.895 pontos, trabalhando em níveis registrados em julho (Luciana Cavalcanti/Você S.A.)

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Da Redação

Publicado em 30 de setembro de 2014 às 12h00.

São Paulo - A Bovespa dava sequência às perdas da véspera nesta terça-feira, com investidores considerando maiores chances de reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT), com o Ibovespa caminhando para uma perda de dois dígitos no acumulado de setembro.

Às 11h31, o Ibovespa caía 1,34 por cento, a 53.895 pontos, trabalhando em níveis registrados em julho. O volume financeiro do pregão somava 2,5 bilhões de reais.

Contabilizando as perdas até o momento, o índice soma um declínio de cerca 12 por cento no mês, que se confirmado será o maior desde outubro de 2008, anulando o ganho de agosto, quando o mercado viu na entrada de Marina Silva (PSB) na disputa uma chance real de alternância do governo federal.

No ano, o Ibovespa ainda acumula alta de 4,5 por cento. Analistas e profissionais do mercado financeiro veem com bons olhos uma mudança de governo, por acreditarem em alteração da política econômica.

"As ações brasileiras continuam a reagir às pesquisas eleitorais presidenciais e a volatilidade deve seguir alta até termos uma definição clara do potencial vencedor", disseram em nota a clientes estrategistas do Bank of America Merrill Lynch.

Há uma bateria de levantamentos sobre intenções de votos registrados no Tribunal Superior Eleitoral para os próximos dias, incluindo divulgação dos amplamente monitorados Ibope e Datafolha possivelmente nesta terça-feira.

Entre as principais pressões negativas para o Ibovespa, estavam papéis sensíveis à cena eleitoral, particularmente do setor financeiro, como Itaú, Bradesco , Banco do Brasil e BM&FBovespa.

Também contribuíam com a nova "sangria" os declínios das ações das estatais Petrobras e Eletrobras . No mês, incluindo esta terça-feira, as ações da Petrobras acumulam perda superior a 20 por cento.

O setor imobiliário também sofria, influenciado pelo movimento dos juros longos (que dispararam na véspera) e também pelo fato de ter um beta alto (maior volatilidade).

"E não ajudou o novo déficit do setor público muito ruim", disse o operador de renda variável de uma corretora em São Paulo, que pediu para não ser identificado. "O mau humor está instalado", constatou.

O setor público brasileiro teve déficit primário de 14,46 bilhões de reais em agosto, disse o Banco Central nesta manhã, resultado muito pior que o déficit primário de 5,1 bilhões de reais esperado por analistas ouvidos pela Reuters.

Do noticiário corporativo, o leilão da faixa de 700 MHz da telefonia móvel de quarta geração (4G), do qual do qual participaram as operadoras TIM Participações, Vivo e Claro, confirmou expectativas de não haver ágios nas ofertas.

Os papéis da mineradora Vale oepravam no azul, um dia após anunciar que propôs o pagamento de 2,1 bilhões de dólares em remuneração a acionistas, correspondente à segunda parcela da distribuição.

Na China, o preço do minério de ferro encerrou setembro com a maior perda mensal desde maio.

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