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Ibovespa tem queda por commodities e com Grécia no radar

A Bovespa fechou o pregão em queda e com o Ibovespa no menor nível desde o final de março


	Bovespa: Ibovespa caiu 0,7%, a 52.149 pontos, menor patamar desde 31 de março
 (Nacho Doce/Reuters)

Bovespa: Ibovespa caiu 0,7%, a 52.149 pontos, menor patamar desde 31 de março (Nacho Doce/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 6 de julho de 2015 às 22h04.

São Paulo - A Bovespa fechou o primeiro pregão da semana em queda e com o seu principal índice na mínima desde o final de março, com os negócios pressionados pelo declínio dos preços de commodities e dúvidas sobre potenciais desdobramentos da negativa grega aos termos de um novo resgate financeiro ao país.

O Ibovespa caiu 0,7 por cento, a 52.149 pontos, menor patamar desde 31 de março. A primeira etapa da sessão foi volátil, com o índice variando entre alta de 0,3 por cento e queda de 1,59 por cento, a 51.682 pontos. O volume financeiro do pregão somou 5,38 bilhões de reais.

No domingo, um referendo realizado na Grécia obteve uma surpreendente vitória do "não" para as propostas de credores internacionais do país, adicionando volatilidade nos mercados ao redor do mundo.

França e da Alemanha disseram nesta segunda-feira que a porta segue aberta para negociações, mas pediram que Atenas faça propostas rapidamente. Líderes europeus reúnem-se na terça-feira para discutir a questão.

Em nota a clientes, a gestora de recursos Icatu Vanguarda avaliou que os mercados mantiveram um viés de "aversão a risco ordenada" ao longo de toda a segunda-feira. "Ao que tudo indica, ainda parece haver esperanças, por parte do mercado, de que um acordo entre a Grécia e seus credores possa ser atingido nos próximos dias", poderando, contudo, que incertezas seguirão elevadas nos próximos dias.

DESTAQUES

=PETROBRAS fechou com a preferencial em queda de 2,13 por cento, enquanto a ordinária recuou 0,77 por cento, sendo que esta última chegou a subir 1,23 por cento mais cedo, proporcionando algum suporte ao Ibovespa. A sessão foi marcada pela forte queda dos preços do petróleo, enquanto agentes financeiros também repercutiram notícia do Valor Econômico de que a estatal pode vender fatia que detém na petroquímica BRASKEM, que avançou 3,22 por cento. Em evento sobre o setor de etanol, o presidente da Petrobras disse que a companhia quer evitar uma dependência excessiva das importações de gasolina, e a produção de etanol será fundamental para isso.

=COSAN, apesar dos comentários do titular da Petrobras, ficou entre as maiores perdas do índice, com queda de 3,32 por cento, completando o sexto pregão consecutivo de perdas.

=VALE terminou com recuo de 1,71por cento na preferencial, enquanto a ordinária cedeu 0,17 por cento. O movimento ocorreu após o preço do minério de ferro com entrega imediata no porto de Tianjin cair 3,9 por cento, para 52 dólares por tonelada, menor valor desde 21 de abril, segundo o The Steel Index. Os resultados das mineradoras nas próximas semanas devem ocupar o foco diante de eventuais anúncios de cortes na produção, que podem proporcionar algum suporte aos preços da commodity. A Vale divulgará o seu balanço do segundo trimestre em 30 de julho.

=ITAÚ UNIBANCO e BRADESCO encerraram com declínios de 1,71 e 1,82 por cento, respectivamente, em meio ao cenário mais adverso no exterior. No caso de Bradesco, também houve influência da expectativa sobre a negociação envolvendo ativos do HSBC no Brasil, em meio à expectativa de que fosse apresentada proposta para o banco nesta segunda-feira. Analistas veem o Bradesco como o candidato mais forte à aquisição. No início de junho, a equipe da corretora Brasil Plural ponderou que, historicamente, fusões demoram muito para serem absorvidas, resultando em desempenho mais fracos no curto prazo e possivelmente afetando a performance das ações.

=COPEL caiu 3,62 por cento, realizando lucros após fortes ganhos no último pregão. Na sexta-feira, uma fonte que participou de reuniões da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) disse que o órgão regulador esboçou algumas soluções para mitigar os efeitos do déficit de geração hídrica, pautando-se, principalmente, pela ideia de que o problema não deve ser pago pelos consumidores de energia elétrica.

=QUALICORP valorizou-se 3,49 por cento e foi um dos contrapesos, após o Conselho de Administração da empresa aprovar a redução de capital em 400 milhões de reais, prevendo restituição de 1,458124020 real por papel a acionistas.

=BM&FBOVESPA, por sua vez, subiu 0,44 por cento, com agentes financeiros repercutindo dados operacionais de junho. Para a equipe do Bradesco BBI, apesar dos resultados operacionais amenos, a ação está em um nível interessante de preço e o atual patamar poderia se um ponto de entrada muito atrativo.

=USIMINAS foi outro destaque na ponta positiva do Ibovespa, com alta de 3,72 por cento, em dia de recuperação do setor siderúrgico como um todo e com operações ligadas ao mercado de aluguel de ações. GERDAU avançou 2,25 por cento e CSN subiu 2,1 por cento.

 
Texto atualizado às 22h04
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