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Ibovespa hoje: bolsa sobe com ajuda da temporada de balanços nos EUA

Resultados tiram foco do mercado de possível recessão; Embraer dispara 7% e é destaque de alta

Painel de cotações na B3 (Germano Lüders/Exame)

Painel de cotações na B3 (Germano Lüders/Exame)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 19 de julho de 2022 às 10h30.

Última atualização em 19 de julho de 2022 às 17h44.

O Ibovespa encerrou esta terça-feira, 19, em alta, acompanhando a firme recuperação do mercado americano. As bolsas de Nova York tiveram um dia de alívio, com investidores atentos à temporada de balanços do segundo trimestre.

  • Ibovespa: + 1,37%, 98.244 pontos

Investidores começam a apostar que as ações podem passar por um rali após a forte queda dos primeiros meses do ano – o índice S&P 500, um dos principais da bolsa americana, acumula queda de 18% em 2022. 

A expectativa é que os balanços das empresas tirem o foco da ameaça de recessão, permitindo uma correção para cima. 

A Johnson & Johnson (JNJB34) apresentou um dos melhores resultados desta terça,  superando as estimativas de analistas ao divulgar receita de US$ 20,02 bilhões e lucro líquido por ação de US$ 2,59 – contra consenso de US$ 2,54. Após o encerramento do pregão, a Netflix (NFLX34) apresentou seus números do segundo trimestre e também surpreendeu positivamente.

Em Wall Street, os principais índices saltaram mais de 2%. O clima também foi positivo no mercado europeu, que é contagiado pelo americano apesar de dados de inflação desta manhã terem registrado um novo recorde para a Zona do Euro.

  • Dow Jones (Nova York): + 2,43%
  • S&P 500 (Nova York): + 2,76%
  • Nasdaq (Nova York): + 3,11%
  • Stoxx 600 (Europa): + 1,38%

O Índice de Preço ao Consumidor (IPC) de 12 meses acelerou de 8,1% para 8,6% em junho, mas em linha com o esperado. A inflação, segundo reportagem da Bloomberg com fontes anônimas, pode levar o Banco Central Europeu (BCE) a iniciar o ciclo de alta de juros com uma alta de 0,50 ponto percentual (p.p.) – acima do sinalizado no comunicado da última reunião do BCE.

A alta de juros – caso confirmada na manhã desta quinta-feira, 21 – será a primeira do BCE em mais de uma década. A expectativa de que seja ainda mais dura do que a indicada ajuda a impulsionar o euro, negociado acima de US$ 1,02. 

A moeda esteve abaixo de US$ 1,00 na semana passada, quando dispararam as apostas de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) intensificaria a alta de juros nos Estados Unidos por dados de inflação acima do esperado. 

A tendência global de queda do dólar continuou nesta terça e seguiu beneficiando os compradores no Brasil, com a moeda voltando a cair para R$ 5,36 na mínima do dia. Ao longo da sessão, no entanto, a queda perdeu força e a moeda encerrou o dia cotada a R$ 5,42.

  • Dólar comercial: - 0,10%, R$ 5,420

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Ações em destaque

O ambiente positivo no exterior beneficiou, principalmente, as ações dos bancos, que ajudaram o Ibovespa a se manter em terreno positivo.

  • Banco do Brasil (BBAS3): +2,70%
  • Bradesco (BBDC3): +3,39%
  • Bradesco (BBDC4): +3,66%
  • Itaú (ITUB4): +3,37% 
  • Santander (SANB11): +3,64%

O movimento influenciou também para o mercado de commodities, que iniciou o dia em queda, mas virou seguindo o maior apetite ao risco no mercado global.  A Vale (VALE3), que iniciou o dia em queda, opera em leve alta nas últimas horas antes da divulgação de sua produção do segundo trimestre. O relatório, que serve como prévia do resultado, será divulgado após o encerramento do pregão.

"O relatório de produção pode ser impactado por maiores dificuldades operacionais no sistema Norte e no sistema Sudeste, dado a maior dificuldade na obtenção de licenças", afirmaram analistas da Ativa em nota. 

O consenso da Bloomberg é de 76,9 milhões de toneladas de minério de ferro. "Quanto à dinâmica de vendas, esperamos melhora frente ao trimestre anterior, fortemente abalado pelas chuvas”, dizem os analistas.

A Petrobras (PETR3/PETR4) também avançou nesta terça, seguindo a apreciação do preço do petróleo. No radar dos investidores ainda está a revisão da perspectiva para a nota de crédito da estatal de negativa para positiva pela agência Fitch. O rating foi mantido em BB-.

Além disso, os papéis também repercutem o anúncio de que a companhia vai reduzir o preço da gasolina em 5% a partir de amanhã. Segundo analistas do Credit Suisse, o impacto da medida é marginalmente positivo para as ações, à medida que ajuda a aliviar a pressão política sobre a empresa.  

  • Petrobras (PETR3): + 1,12%
  • Petrobras (PETR4): + 2,03%

Entre as maiores altas, os papéis da Marfrig (MRFG3), da Embraer (EMBR3) e da Alpargatas (ALPA4) subiram mais de 7%, acompanhando a onda compradora no mercado americano. 

No caso da Embraer, os papéis reagem ao anúncio de que a brasileira firmou uma parceria (joint-venture) com a britânica BAE Systems para a formação de um novo negócio voltado ao desenvolvimento de variantes do "carro voador" (eVTOL, na sigla em inglês) especializado no setor de defesa.

Já a Marfrig reagiu a um relatório do JPMorgan. Os analistas do banco afirmaram que as perspectivas são positivas para o setor de frigoríficos mesmo em um cenário de margens menores no mercado dos Estados Unidos, que tem sido um dos mais promissores para o segmento.

Na lanterna do índice ficaram as empresas de educação, que caíram até 4%. O motivo da queda também foi a perspectiva para os balanços do segundo trimestre – só que, desta vez, negativa.

Em relatório divulgado hoje, os analistas do BTG Pactual (do mesmo grupo controlador da EXAME) projetam um segundo trimestre fraco para as empresas do setor, que deve continuar pressionado pelo custo de inflação e ticket médio mais baixo.

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