Ibovespa: mercado acompanha primeira entrevista de Bolsonaro pós-prisão (Germano Lüders/Exame)
Repórter de finanças
Publicado em 23 de dezembro de 2025 às 10h41.
Última atualização em 23 de dezembro de 2025 às 10h50.
O Ibovespa abre a sessão desta terça-feira, 23, um dia antes do mercado fechar, com alta de 0,72% aos 159.278 pontos. Já o dólar sobe 0,13% cotado a R$ 5,59, por volta das 10h40.
O mercado acompanha hoje, no Brasil, a divulgação do Índice de Preços do Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), enquanto espera o Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos do terceiro trimestre.
Outro movimento importante que estava no radar do mercado era a primeira entrevista do ex-presidente Jair Bolsonaro após sua prisão, que foi autorizado pelo ministro Alexandre de Moraes a falar para o site Metrópoles.
Entretanto, Bolsonaro cancelou alegando questões de saúde em rápido bilhete ao jornalista Paulo Capelli.
A expectativa era que Bolsonaro comentasse o quadro eleitoral e o apoio ao senador Flávio Bolsonaro na corrida pela presidência da República.
O IPCA-15, indicador da prévia da inflação oficial do Brasil, fechou o mês de dezembro com alta de 0,25%; 0,05 ponto percentual acima do resultado de novembro (0,20%). No ano, o índice acumulou alta de 4,41%.
O resultado veio levemente abaixo das expectativas do mercado, que projetavam alta mensal de 0,27% e acumulado em 12 meses de 4,43%.
De um lado, mostra uma inflação ainda pressionada nos serviços, especialmente por itens como passagens aéreas. Do outro, mostra sinais importantes de alívio em alimentação no domicílio e bens industriais.
“O número reforça a leitura de que o processo de desinflação segue em andamento, embora de forma irregular e heterogênea. A inflação acumulada em 12 meses permanece dentro da banda da meta, mas ainda acima do centro, o que exige cautela”, analisa Pablo Spyer, conselheiro da Ancord e economista.
Para o mercado financeiro, segundo ele, o dado não altera de forma relevante o cenário-base de política monetária.
“O Banco Central (BC) deve manter uma postura prudente, aguardando evidências mais consistentes de desaceleração dos serviços antes de qualquer ajuste mais claro na trajetória dos juros”, destaca.