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Ibovespa recua pelo 2º dia seguido e cai 0,79%, com bancos e varejo

Os principais índices acionários dos EUA também fecharam em queda pressionados pelas ações de techs

O movimento negativo da bolsa brasileira veio acompanhado do avanço do dólar que fechou em R$ 5,52, o maior valor em quatro meses, e abertura da curva de juros (Germano Lüders/Exame)

O movimento negativo da bolsa brasileira veio acompanhado do avanço do dólar que fechou em R$ 5,52, o maior valor em quatro meses, e abertura da curva de juros (Germano Lüders/Exame)

Publicado em 17 de dezembro de 2025 às 18h26.

Depois de amargar o segundo pior pregão do ano, com queda de 2,40%, o Ibovespa voltou a recuar nesta quarta-feira, 17, e fechou em baixa de 0,79%, aos 157.327 pontos, em um dia marcado pelo aumento da aversão ao risco.

Ao longo do pregão, o principal índice acionário da B3 chegou a cair mais de 1%, refletindo a cautela dos investidores diante de um conjunto de ruídos internos e externos.

"É uma soma de fatores que pesam no Ibovespa. Ontem começou com um dado de emprego nos Estados Unidos acima do esperado, o que azedou o mercado. Soma-se a isso as pesquisas eleitorais, mostrando crescimento de Flávio Bolsonaro e vitória de Lula em um eventual segundo turno, o que confundiu o cenário de apostas", afirmou Rodrigo Marcatti economista e CEO da Veedha Investimentos.

O movimento negativo da bolsa brasileira veio acompanhado do avanço do dólar que fechou em R$ 5,52, o maior valor em quatro meses, e abertura da curva de juros.

Os juros de médio e longo prazo fecharam nos maiores níveis desde meados de outubro. A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento de janeiro de 2027 subiu de 13,67% para 13,815%. Assim como a do DI de janeiro de 2029, que registrou alta de 13,10% a 13,33%. A do DI de janeiro de 2031 também passou de 13,385% para 13,635%.

Segundo o economista, as dúvidas em relação à política monetária também pesaram.

Na Ata do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgada nesta terça, os diretores do Banco Central reconheceram o cenário positivo para a redução das expectativas de inflação, mas mantiveram o tom duro e evitaram uma sinalização sobre um possível início de corte da taxa de juros em janeiro.

"Hoje entra no radar a perspectiva de o Banco Central não cortar juros em janeiro. É muita coisa trazendo incerteza para as próximas semanas, o que levou a uma realização maior da Bolsa, avanço do dólar e abertura forte dos juros. Neste momento, é mais ruído do que fundamento", disse o operador.

As ações de peso no Ibovespa, como as dos grandes bancos, recuaram e influenciaram na queda, com destaque para as units do BTG (BPAC11), que recuaram 3,29%. Com a alta dos juros, os papéis de varejistas como Renner (LREN3) e Magazine Luiza (MGLU3) também anotaram baixa de mais de 3%.

Na ponta opostas, as ações de commodities subiram. A mineradora Vale (VALE3) registrou avanço de 1,27% e a Petrobras (PETR3 e PETR4) subiram 0,68% e 1,11%, respectivamente, impedindo uma queda ainda maior da referência acionária.

O que esperar do Ibovespa?

Um relatório do Itaú BBA, publicado hoje, destacou que, apesar da queda relevante acumulada nos últimos dois pregões, o Ibovespa ainda preserva a tendência de alta no curto prazo. Tecnicamente, o índice precisaria superar a região dos 163.100 pontos para voltar a testar a máxima histórica em torno de 165.000 pontos.

Na ponta negativa, o principal suporte está em 155.100 pontos, nível que sustenta a tendência de curto prazo no gráfico diário.

Na avaliação do banco, o momento pede cautela. A recomendação é aguardar definições mais claras do mercado, com posicionamento de stops abaixo dos suportes e busca seletiva por oportunidades de swing trade, enquanto o índice tenta retomar fôlego para renovar as máximas do ano.

Bolsas de NY caem com pressão das techs

Seguindo o desempenho da bolsa brasileira, os principais índices acionários dos Estados Unidos também fecharam em queda.

O índice Dow Jones caiu 0,47%, enquanto o S&P 500 perdeu 1,16%. As perdas foram ainda maiores no Nasdaq, que cedeu 1,81%. O desempenho foi puxado pela queda de 2,19% no setor de tecnologia.

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