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Ibovespa dá sequência a ajuste e cai pelo segundo dia

Agentes de mercado mantêm um viés positivo para o mercado acionário, avaliando o ajuste apenas como temporário

B3: a perspectiva segue de recuperação da economia e de juros baixos (Germano Lüders/Exame)

B3: a perspectiva segue de recuperação da economia e de juros baixos (Germano Lüders/Exame)

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Reuters

Publicado em 10 de janeiro de 2018 às 18h57.

São Paulo - O principal índice da bolsa paulista fechou em queda nesta quarta-feira, dando continuidade ao movimento de ajuste iniciado na véspera, depois de registrar recordes de alta neste início de ano.

O Ibovespa fechou em queda de 0,84 por cento, a 78.200 pontos. O giro financeiro somou 7,72 bilhões de reais.

A ausência de um noticiário mais positivo deu respaldo ao ajuste neste pregão depois do recente rali, que levou o índice a renovar máximas recordes ao longo de 11 altas seguidas, rompendo inclusive o patamar dos 79 mil pontos.

Entretanto, agentes de mercado mantêm um viés positivo para o mercado acionário, avaliando o ajuste apenas como temporário, diante da manutenção das perspectivas otimistas para o exterior, assim como para o cenário interno.

"Temos uma realização depois de um começo de ano bastante animado. Mas sem nenhum grande destaque", disse o diretor de gestão da Mapfre Investimentos, Carlos Eduardo Eichhorn, que vê a possibilidade de o Ibovespa subir até o patamar dos 85 mil pontos até o fim do primeiro trimestre.

No front local, a perspectiva segue de recuperação da economia e de juros baixos, cenário favorável para o mercado de renda variável. Mais cedo, os números da inflação oficial do país mostraram aumento de preços acima do esperado em dezembro, embora não suficientes para alterar as perspectivas de médio prazo.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,44 por cento em dezembro e fechou o ano com inflação acumulada de 2,95 por cento. Os números vieram um pouco acima do esperado em pesquisa Reuters, de alta de 0,30 por cento no mês e de 2,80 por cento em 12 meses.

"Internamente, tivemos IPCA mais forte que esperado e o noticiário político-econômico não traz novidade fiscal nem de reformas. O que se fala é de corrida presidencial envolvendo figuras que deveriam estar só pensando na reforma", escreveram mais cedo os analistas da corretora Lerosa Investimentos em relatório a clientes.

Destaques

- ECORODOVIAS caiu 3,95 por cento, após a empresa vencer o leilão de concessão do trecho Norte do Rodoanel, ofertando ágio de 90,97 por cento em relação ao valor mínimo fixado pela outorga. Na mínima da sessão, as ações recuaram 5,3 por cento.

- ELETROBRAS ON perdeu 4,02 por cento e ELETROBRAS PNB teve queda de 4,12 por cento, diante de receios com possíveis atrasos ao processo de privatização da empresa, diante da possibilidade do tema ser tratado via projeto e lei no Congresso e não por medida provisória.

- PETROBRAS PN recuou 1,35 por cento e PETROBRAS ON perdeu 1,88 por cento, em movimento de ajuste após ganhos recentes e a despeito da alta nos preços do petróleo no mercado internacional.

- VALE ON caiu 1,39 por cento, em dia de pouca oscilação para os contratos futuros do minério de ferro na China.

- BRADESCO PN recuou 1,05 por cento, ajudando a tirar força do Ibovespa devido ao peso em sua composição. ITAÚ UNIBANCO PN, também de forte relevância no índice, fechou com baixa mais contida, de 0,34 por cento.

- BRASIL PHARMA, que não faz parte do Ibovespa, caiu 4,66 por cento, após a empresa pedir recuperação judicial sob peso de dívida de mais de 1 bilhão de reais. Na mínima do dia, os papéis registraram perda de 15,07 por cento.

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